sábado, 20 de agosto de 2011

Mais um tropeço contra um pequeno

Filipe Frossard Papini
@BrasiLyonnais / @FilipeDidi


Lyon não consegue vencer o Brest, mas arranca empate heróico, com um jogador a menos.




Depois de passar por uma prova de fogo durante a semana, vencendo o Rubin Kazan, em casa, por 3 a 1. O Lyon, agora, visitava o Brest e tinha o objetivo de somar pontos fora de casa. O jogo, válido pela 3ª rodada, também aparece como a oportunidade do time do Lyon provar que o empate contra o Ajaccio foi apenas um deslize, e que o elenco é forte para poder ganhar corpo rapidamente na competição e acumular pontos no início.

Sem poder contar com seis jogadores, Dupont armou seu time na mesma formação utilizada por Garde. Um 4-4-2 comum. Os principais nomes do time são Nolan Roux e Benoît Lesoimier. São os dois que articulam as principais jogadas do Brest. Veja abaixo a escalação do time que iniciou a partida:




Pelo Lyon, Garde decidiu poupar três jogadores que jogaram contra o Rubin Kazan. Michel Bastos, Gonalons e Briand não começaram jogando. Para os seus lugares, Sidy Koné – que fazia sua estreia no elenco principal, Miralem Pjanic e Ishak Belfodil. O elenco ainda segue sem Cris, Mensah, Gourcuff e Ederson machucados. Isso sem citar os jogadores que ainda não voltaram da Seleção sub-20 francesa. São 7, ao todo. Segue a escalação de Rémi Garde




Estádio cheio. A capacidade do Francis-Le Blé é de cerca de 10mil pessoas e parecia estar completamente lotado. Portanto, pressão da torcida da casa. Isso deu um gás diferente para o início da partida. O Brest não tomou conhecimento da imponência do Lyon e partiu pra cima logo cedo. A princípio não assustava, mas também não permita que os visitantes jogassem com espaço.

O Brest não incomodava ao ponto de assustar Lloris. Não tinha volume de jogo, mas empurrado por sua torcida, não desistia de partir pra cima. Em jogada individual de Lesoimier, logo aos 12’ de partida, o placar foi aberto. O meia dominou na intermediária e arriscou com precisão. Lloris não estava esperto e permitiu o tento adversário. Ele chegou a encostar na bola, mas não evitou o gol.

Com o placar na frente, automaticamente o Brest recuou. O Lyon parecia nervoso e se precipitava com a bola aos pés. Pjanic não estava bem e Belfodil, jogando pela ponta, era ineficaz. Enquanto isso o SB29 jogava com duas linhas de 4 e esperava o erro de passe do OL.

Quando parecia que o Brest se recuava de maneira perigosa, o time de Dupont descobriu o pote de ouro. Jogavam pelo lado esquerdo, em cima de Réveillère, que já tinha cartão amarelo. Por ali, exploravam a velocidade de Lesoimier e Roux, e o OL chegou a sofrer com algumas jogadas pelo setor.

Veio o segundo tempo, e as equipes voltaram com as mesmas formações. Garde só fez a sua primeira troca com 5’ do segundo tempo. Belfodil deixou o gramado dando lugar a Michel Bastos. Talvez tenha sido uma das piores apresentações do jovem atacante. Realmente não conseguiu se encontrar durante todo o tempo que ficou em campo.

Aos 16’ do segundo tempo, quando Gonalons já fazia o aquecimento para adentrar ao gramado, Sidy Koné faz uma falta dura no meio de campo e leva o cartão vermelho direto. Incontestavelmente foi falta, mas um amarelo já estava de bom tamanho. O barulho feito pela torcida foi fundamental para a decisão do árbitro.

O Brest tinha a faca e o queijo na mão para liquidar a partida. Bastava manter o padrão de jogo que utilizou no primeiro tempo e fazer surtir efeito no segundo. Com um a mais em campo, a tarefa ficava ainda mais fácil. Mas o futebol não é uma receita de bolo. O Lyon ganhou ânimo para avançar.

Aos 29’ do segundo tempo, o Lyon apertava na intermediária do ataque, mas não penetrava. Pjanic tentou jogada individual e em seguida perdeu a bola. Conseguiu se recuperar, avançou e achou Gomis perto da meia lua. O centroavante do Lyon girou e arrematou dali mesmo, no canto esquerdo de Elana. Era o gol de empate. 1 a 1 no Francis-Le Blé.

Após o gol, Gomis foi trocado por Briand e o Lyon não parecia jogar com um jogador a menos. Continuava mandando em campo, apesar do nervosismo e pressão por marcar o gol da virada. Lovren chegou a discutir com Källström dentro de campo, assim como Michel Bastos fez com Pjanic. Dupont mexia, colocando Soumah no lugar de Touré. Garde respondia, queimando sua última alteração com Gonalons, retirando Källström. Clima tenso, porém jogo bom.

Aos 35’ do segundo tempo foi a vez de Ewolo entrar em campo para a saída de Bruno Grougi. Dupont parecia satisfeito com o empate, mesmo com vantagem numérica de jogadores ao seu favor. A tendência, seguindo o panorama do jogo, era do Lyon conseguiu fazer mais um gol do que o Brest segurar o empate. Tudo conspirava para isso.

Entretanto, a falta de tranquilidade do Lyon forçou as jogadas sem cuidado, dificultando uma chegada mais veemente. O Brest voltava a sua formação com duas linhas de 4 e não permitia mais avanços dos Gones. Nos acréscimos, Zebina entrou no lugar de Martial. Dupont ganhava tempo, realmente estava satisfeito com o empate.

E ficou assim. Lyon alcança mais um empate na competição. Ainda não perdeu, mas deixou de ganhar pontos contra dois times considerados fracos na Ligue1: Brest e Ajaccio. Ainda não é momento para acender a luz amarela, mas já existe trabalhos a serem feitos. Garde precisa arrumar as suas estratégias. Hoje, entrou com Belfodil errado. Deixou de arrumar o erro, ainda no primeiro tempo, fazendo uma simples inversão com Lisandro e também errou ao voltá-lo com ele para o jogo na segunda parte. Michel Bastos é outro que, definitivamente, não pode ser reserva. Entendo que a ideia era poupar, mas será que vale a pena correr o risco? Enfim, acho cedo para julgar qualquer coisa. O importante, acima de tudo, foi ao menos ter buscado um ponto.

O Lyon agora enfrenta o Rubin Kazan, novamente. O jogo de volta será na Rússia, dia 24, próxima quarta-feira. O OL viaja com a vantagem de 3 a 1 no placar, mas é um jogo perigoso. Nos veremos até lá!

FOTOS: olweb.fr / L'Equipe / FranceFootball


GOLS DA PARTIDA:




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