domingo, 6 de outubro de 2019

Lyon joga muito mal o clássico e perde no último minuto

Filipe Frossard Papini
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OL praticamente não atacou durante todo jogo e viu tudo fugir pelas mãos no finzinho. Situação de Sylvinho se torna bem delicada no comando técnico




Era o clássico dos desesperados, se é que podemos chamar assim. Saint-Étienne recebia o Lyon numa situação das mais complicadas. O time entrava em campo como o dono da última colocação na Ligue 1 e precisava vencer a qualquer custo. Em contrapartida, o Lyon, também em situação bem ruim, era o 13º antes da bola rolar e não vencia no torneio desde a 2ª rodada. Era o momento de redenção para qualquer um dos dois times. Quem vencesse hoje, poderia começar um novo momento na competição e, quem sabe, começar a subir degraus na tabela.

Para o duelo deste clássico, o time da casa vinha com uma novidade. O ASSE demitiu o então técnico Ghislain Printant na última quinta-feira e, no mesmo dia, acertou a contratação de Claude Puel, um antigo conhecido da torcida do... Lyon. O treinador teve uma passagem polêmica pelos Gones e saiu com uma péssima imagem por lá, inclusive perdendo processos na justiça contra o clube e o presidente Aulas. De todo modo, ele armou o time no 4-3-3, barrando nomes como Khazri, Monnet-Paquet e Beric, que começavam no banco. Puel não poderia contar com Ruffier, Debuchy, Palencia, Gabriel Silva, Aholou e Hamouma. Veja como ficou o time:




Pelo lado do Lyon, Sylvinho também tinha lá seus desfalques, mas eram apenas três. Não viajaram com o grupo Koné, Denayer e Cornet. E o treinador, no final das contas, decidiu escalar o time com uma formação bem similar ao que jogou contra o PSG e aquela que deu a vitória ao time na Liga dos Campeões no meio da semana, diante do Leipzig. O 3-5-2 foi escolhido e com alterações nas laterais. Leo Dubois foi improvisado na esquerda e Rafael assumiu o lado direito. Marçal fez a tripla na zaga novamente, ao lado de Marcelo e Andersen. No mais, nenhuma novidade além do que já estamos acostumados quando o time joga assim. Abaixo, a escalação:




Rapidamente, quando a bola começou a rolar no clássico, conseguimos entender o motivo do St-Étienne estar na posição bem incomoda na tabela. O time tinha sérios problemas, principalmente na parte ofensiva. O que, inclusive, proporcionou ao Lyon pouca preocupação no começo do jogo. Em contrapartida, o time parecia bem atento na defesa e um pouco mais organizado neste setor.

A melhor característica ofensiva do Saint-Étienne era o jogo em velocidade. Com o Lyon postado com três defensores, dificilmente estes homens tinham espaços para fazer o que sabiam. Dependiam, portanto, ou de uma falha muito grande do sistema defensivo do OL, ou então de alguma jogada individual que fizesse alguma quebra montagem que o Sylvinho deixou com três zagueiros.

Aos 20’ essa quebra aconteceu. Youssouf recebeu bola na entrada da área e fez o que queria. Driblou, deixou no chão, avançou. E na hora de cruzar, achou Boudebouz sozinho. O meia bateu bonito de primeira e acabou obrigando Lopes a fazer uma defesa brilhante. A bola ainda chegou a tocar na trave e depois voltar no goleiro. Definitivamente, foi o grande lance de perigo da primeira etapa.

Enquanto o Saint-Étienne brigava para conseguir chegar ao ataque e, mesmo sob intensa dificuldade, conseguia criar uma coisa ou outra, o Lyon se apegava ao modo defensivo e pouco conseguia criar. Memphis Depay, quando conseguia ser acionado, estava absolutamente sozinho e acabava tendo que fazer aquilo que ele gosta, mas que quase nunca surte efeito: jogadas individuais. O OL era pouco criativo, mais uma vez.

A melhor oportunidade criada pelo Lyon no primeiro tempo, acabou surgindo em lance de bola parada. Aos 35’ de jogo, Memphis Depay tinha aos pés a missão de uma falta de frente ao gol, mas com uma distância bem considerável. Ele decidiu bater dali mesmo. O chute venenoso colocou a curva que lembrou muito os chutes de Juninho, mas a bola passou ao lado do gol de Moulin. E levou perigo.

No frigir dos ovos, os times terminaram a primeira etapa com doses cavalares de remédios para dormir aos torcedores que tanto ansiavam pelo clássico. Uma chance aqui, outra ali e no final das contas, o resumo foi uma metade de jogo bem pegada fisicamente, sem quase qualquer técnica ofensiva e uma enormidade de erros de passes. O OL, por exemplo, não acertou uma finalização ao gol, por exemplo.

A segunda etapa foi ligeiramente melhor. Quando os treinadores viram que o jogo poderia permanecer a mesma pasmaceira de antes, mexeram rápido. Dembélé entrou no lugar de Terrier e pouco tempo depois foi Khazri que entrou pelo ASSE para a saída de Diony. Antes disso, o OL já tinha assustado a torcida local com um gol anulado de Aouar. Na sequência, foi Bouanga quem quase marcou, em outra belíssima defesa de Lopes.

Aos 24’ de jogo, o OL mexeu de novo, mas desta vez, por questões médicas. Fazendo muitas caretas, mas saindo andando, Rafael precisou deixar o campo para a entrada de Kenny Tete. E essas trocas, que no começo pareciam que fariam alguma diferença no andamento do jogo, se mostrou, na verdade, bem ineficientes. Enquanto a torcida fazia uma festa a parte, o resultado em campo era um baile de sonolência.

O OL tinha problemas sérios de organização de jogo. Em vários momentos da partida, víamos o trio de zaga tocando bola de um lado para o outro e ninguém aparecia para fazer a propor o jogo pelo meio. O papel deveria ser de Tousart, Thiago Mendes ou mesmo Aouar, mas muitas vezes as bolas precisavam ser forçadas pelos laterais, ou mesmo uma esticada lá na frente para tentar um lance de sorte com os atacantes. Também ineficiente.

Com 33’ de jogo, o Lyon teve uma boa chance de tirar o placar do zero. Tete recebeu em ótimas condições, como um ponta mesmo. Dali conseguiu passar pelo primeiro marcador e colocou a bola na área em cruzamento. Dembélé apareceu na área e venceu o marcador para finalizar de cabeça e colocar no cantinho. Moulin apareceu bem e evitou aquele que poderia ser o primeiro gol do jogo.

Após o lance de perigo, o OL queimou sua última troca, enquanto Puel mexia pela segunda vez. No Lyon, Jean Lucas foi o nome escolhido por Sylvinho para entrar em campo. Ele entrou no lugar de Thiago Mendes. No ASSE, quem saiu foi Abi para a entrada de Beric. Minutos depois, os Gones ficariam com um a menos, faltando dez minutos para o fim de jogo. Leo Dubois sentiu lesão e precisou deixar o campo. Como o time já tinha feito as três mexidas, o jeito era ir no sacrifício e com 10 em campo.

E a situação complicada do OL em campo se transformou em terror, quando aos 45’ do segundo tempo, Beric fez para o time da casa. Em um cruzamento muito certeiro de Boudebouz pelo lado direito, o meia achou Beric entrando sozinho na área, entre Marcelo e Tete, e acabou acertando uma belíssima cabeçada no ângulo. Explosão no Geoffroy-Guichard, festa para a torcida presente no clássico e desespero para o Lyon, que continuou cochilando nos acréscimos.

O próximo compromisso do Lyon agora é só depois da data Fifa. Entra em campo no sábado, dia 19 deste mês. O adversário será o Dijon e o OL jogará este confronto em casa, às 15h do horário de Brasília. A partida é válida pela 10ª rodada do Campeonato Francês. Até lá!

FOTOS: ol.fr
CAMPINHOS: L'Equipe


MELHORES MOMENTOS:
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