terça-feira, 27 de abril de 2010

Claude Puel: Um treinador medroso!

Filipe Frossard Papini
@BrasiLyonnais / @FilipeDidi

Técnico do Lyon não mudou seu estilo, escalou mal, e levou um passeio do Bayern, com direito a hat-trick de Olic. Tudo isso em pleno Stade de Gerland.




Estádio de Gerland lotado para receber a segunda partida das seminais da Champions League. O duelo era entre Lyon e Bayern de Munique. O time alemão jogava pela vantagem, depois que aplicou um único gol no primeiro encontro entre os dois adversários. As expulsões na última partida retiraram dois importantes jogadores para esse jogo de bolta. O Lyon não contava com o seu mais regular jogador: Jérémy Toulalan e o Bayern perdeu Franck Ribéry.

Claude Puel, mesmo necessitando fazer dois gols em casa, partiu com uma formação tática no mínimo desconfiada. Eram 3 meias velocistas e apenas um atacante. Ele preferiu não optar por Källstrom, até mesmo para não arriscar e colocar o sueco para marcar, coisa que ele não sabe fazer. Definido isso, Gonalons e Makoun formaram a dupla de volantes. Veja o time inicial do Lyon:




Van Gaal, curiosamente só contava com 17 jogadores no seu banco de reservas. Lesões e suspensões complicaram a vida do treinador do time bávaro. Em sua formação tática, nenhum segredo. As novidades ficaram por conta da volta de Badstuber e Van Bommel. Ambos não jogaram o confronto realizado na Alemanha. Veja o time inicial do Bayern:




O Lyon começou pressionando bem no início do jogo. Mas pressionar não é sinônimo de sufocar. Essa sobressaída foi apenas na empolgação da torcida, nada substancial a ponto de incomodar o time de Munique. Contudo, apesar da vontade de atacar, o setor defensivo andou se complicando nos primeiros minutos.

A marcação forte, talvez fosse a principal características dos dois times no gramado. Seria pela determinação de ambos em buscar a vaga para a final? Bem provável, mas é certo que existiam bons jogadores para isso em campo.

Além de marcar forte, o time francês buscava marcar principalmente a saída de bola. Mas por ter apenas um homem de frente, essa jogada acabou sendo abolida com o passar do tempo de bola rolando.

No instante em que as equipes se estudavam muito, devido as pequenas mudanças de seus treinadores, o Bayern soube encontrar o caminho do gol. Aos 26’, a marcação lyonesa se embaralhou e Müller fez boa jogada na área, chamando a marcação. Olic, dentro da pequena área recebeu o passe de seu companheiro de ataque, e só teve o trabalho de girar e chutar. Bayern 1 a 0. A vida do Lyon se complicava nesse instante.

Aos 30’, aconteceu a primeira chance real de gol do Lyon. Michel Bastos arrematou de primeira um cruzamento vindo do lado direito do campo. Dentro da área, o brasileiro colocou muita precisão na bola e acabou desviando demais, saindo pela linha de fundo.

O Lyon optava por atacar pelas pontas, enquanto o Bayern visava os contra-ataques. Mas nessa aparente inversão de papeis, o time francês se esbarrava no ótimo setor defensivo do Bayern, principalmente com Vam Bommel marcando Delgado e Phillip Lahm, marcando Bastos.




Com a chegada do intervalo, duas alterações aconteceram para o segundo tempo. Demichelis substituía Van Buyten pelo Bayern e Gomis entrava no lugar de Cissokho pelo Lyon. Interessante nessa troca do OL é o recuo de Michel Bastos para a lateral esquerda, posição em que joga na seleção brasileira, mas que em apenas duas vezes jogou no seu time.

O próprio Gomis, que tinha acabado de entrar, logo aos 4’ da etapa final, perdeu um gol similar ao que Bastos perdeu ainda no primeiro tempo. Mas dessa vez, o atacante foi precipitado e chutou de forma grosseira. Poderia ser o empate, mas a inexperiência falou mais alto.

Com 11’ de segundo tempo, Robben encontrou espaço do lado direito do gramado e arrematou com força. Lloris se saiu muito bem. Mas um espaço se abria por ali. Michel Bastos não estava acostumado a marcar e bobeou no lance.

Bobeira que também assolou a reação de Cris, ao levar um cartão amarelo depois de uma jogada faltosa. O capitão do OL aplaudiu o árbitro de forma irônica e logo em seguida recebeu o cartão vermelho. O que já estava difícil para o Lyon, tornou-se praticamente impossível.

Com um a menos em campo, Gonalons ficou responsável por cobrir o buraco aberto na zaga dos Gones. Makoun era o único volante, deixando o time em uma formação muito aberta, suscetível a contra-ataques que poderiam liquidar o confronto. E foi dessa forma que o Bayern ampliou. Jogada veloz de Altintop pela esquerda, dançou sobre a marcação e achou Olic na entrada da área. O artilheiro, mais uma vez, não perdoou e empurrou para as redes. Bayern 2x0. Estava decretada de vez a eliminação do Lyon, em pleno Gerland.

Pjanic entrou no lugar de Delgado aos 25’, mas não era o suficiente para suportar a pressão. Na verdade não alterou em nada. O time bávaro continuava atacando e fazendo valer a vantagem numérica (coisa que Puel não soube aproveitar com seu time no primeiro jogo, após a expulsão de Ribéry). Robben continuava avassalador e volta e meia arriscava com perigo de fora da área. Isso até os 30’ do segundo tempo, quando já pensando na final, Van Gaal retirou o rápido holandês e colocou Klose.

Mas engana-se quem achou que o Bayern perderia em velocidade. Aos 32, Philip Lahm fez boa jogada na ponta direita, cruzou para a área. E sem tempo de bola algum, Gonalons tropeçou. A bola sobrou fácil para o Olic fechar o caixão, marcar o seu hat-trick e calar o Gerland.

Pensando em algo que ainda não se sabe o motivo, o Lyon queimou sua terceira alteração aos 35’. Entrou o brasileiro Ederson para a saída de Lisandro (que saiu chorando de campo). Tentando analisar o motivo dessa troca, não há como encontrar explicação. Puel fazia mais uma de suas viagens alucinógenas que só ele mesmo entende.

Com o término do jogo, notava-se um Gerland abatido, todos impressionados com a falta de objetividade. A vitória e a classificação do time de Munique foi merecidíssima. O Lyon se intimidou. Jogou com medo, mal escalado, com jogadores de qualidade no banco e um receio de atacar. Puel foi incompetente (para não dizer adjetivos piores). É um treinador limitadíssimo, sem experiência e recursos. Leu mal demais o jogo e mesmo com um banco recheado, não soube fazer as devidas alterações necessárias.

Não dá mais! A torcida do Lyon cansou de ver o esse técnico medíocre fazendo suas péssimas experimentações. Jogar em casa, em uma partida decisiva e chutar apenas uma vez ao gol é algo absurdamente preocupante.

Agora, a situação fica delicadíssima para o OL. O time briga para alcançar uma vaga na próxima edição da Champions League e não caminha muito bem nessa Ligue1. Arrumar uma colocação aceitável, seria o mínimo que Puel poderia conseguir com esse time. Resta agora saber se ele também vai ser medroso ao jogar contra o Montpellier. O jogo é no próximo domingo e agora, o Lyon precisa de vez se encontrar na competição e manter uma constância, ao menos no fim da temporada.

FORA PUEL, O LYON NÃO É UM TIME MEDROSO COMO VOCÊ!!

FOTOS: L'Equipe / FranceFootball / Football365.fr / Sports.fr / Aujourdhui-En-France / Football.fr / SoFoot


OLIC - 1x0



OLIC - 2x0



OLIC - 3x0



“Qui ne saute pas n’est pas Lyonnais”

2 comentários:

  1. A sua leitura do jogo foi bastante próxima a que fiz durante a transmissão. A pressão inicial foi o destaque do jogo do OL. Porém isso deu espaço a Robben, Thomas Müller, Olić e Altintop - Esteve MUITO bem.

    De resto o Lyon recuou muito e deixou o Bayern jogar como quis, Licha não teve nenhuma chance clara, isso resume o trabalho da meia-cancha francesa.

    Abraço a todos

    @PedroSpiacci

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  2. Lyon com medo de vencer. Time apático e sem gana. a culpa não foi do cris, mas ele mostrou q é um desequilibrado.

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