quarta-feira, 3 de março de 2021

Em jogo sem brilho, Lyon faz o dever de casa, vence o Rennes e volta na briga pelo topo

Filipe Frossard Papini
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O gol de Aouar foi um dos poucos momentos de brilho durante a partida, que teve todos os elementos para ser um 0 a 0 sem graça. Mas o resultado importante ajuda não só na tabela, como também na confiança do elenco para a continuidade do campeonato.




É fato que o Lyon caiu de produção de alguns jogos pra cá, principalmente em relação ao ano de 2021 para 2020. Essa queda de produção ainda não o tirou da briga pelo título e pela liderança, uma implacável treta que envolve também Lille, PSG e Monaco. A missão não é nada fácil e o empate diante do Marseille em crise na semana anterior colocou mais tempero na situação que pode acender alerta amarelo em breve. Na 28ª rodada, que teve todos os seus jogos nessa quarta-feira, o OL entrou em campo diante do Rennes, no Groupama Stadium. O Rennes, um time que teve uma temporada anterior brilhante e que nessa já não apresenta tanto brilho.

Para tentar bater o adversário, Rudi Garcia fez alterações na estrutura do time apresentado em campo. Ele só tinha o desfalque de Lucas Paquetá, expulso na partida contra o OM. Mas, mesmo assim, ele decidiu mexer em mais três posições. Além de naturalmente começar com Bruno Guimarães no meio, ele também entrou com De Sciglio, Caqueret e Slimani. Acabaram indo pro banco Cornet, Aouar e Kadewere. No entanto, a estrutura do esqueleto do time seguia no 4-3-3. Assim ficou:


Já o Rennes também tinha só um desfalque e também vinha no 4-3-3. Mas quem ficava de fora era o goleiro reserva Salin, que sequer viajou para Lyon. A boa notícia era a volta de Maouassa, o lateral esquerdo que mesmo assim começava no banco. O time vinha pra campo sob o comando do interino Philippe Bizeul, já que Julian Stephan pediu demissão na segunda-feira. E já logo de cara ele cortou do time Léa-Siliki, Gboho e Soppy, que também não foram para o jogo. Assim ficou escalado:


Com os dois times jogando no 4-3-3 um espalhamento tático acontecia no Groupama Stadium, mas o Rennes levava a melhor nessa situação. O time visitante conseguia ser bem mais organizado em todos os três setores. Na defesa, não deixava o Lyon sequer finalizar. No meio, ganhava o setor. E no ataque, apesar de conseguir manter a bola por ali, tinha dificuldades na hora da finalização, mas parecia questão de tempo.

A síndrome da falta de Aouar também era evidente no time do OL. Por mais que ele não vinha produzindo em alto nível nas últimas partidas, quando os Gones jogam sem ele, o time perde muito na parte cerebral em campo. Era bem mais complicado fazer as triangulações e até a ligação do meio para o ataque. Por mais que Caqueret, Bruno Guimarães e Thiago Mendes façam um bom trabalho, não são meias de ligação e isso complicava a ofensiva.


Justamente por sentir falta desse elo entre o meio e ataque, Memphis Depay precisava se mexer de forma mais dinâmica e um pouco diferente do que vinha fazendo nos jogos anteriores. O time quase virou um 4-3-1-2 sem querer, já que o holandês precisava buscar o jogo várias vezes na intermediária para tentar algo por conta própria. E foi assim que saiu a primeira finalização do jogo, aos 30’, quando ele achou um espaço e tentou bater, mas mandou longe.

A resposta do Rennes veio praticamente no momento seguinte. A jogada surgiu do lado direito do ataque, sempre acionando a tabelinha entre Grenier e Doku. Mas foi Doku, em jogada individual, quem criou a primeira chance real de perigo no jogo. Ele, mesmo apertado pela marcação, achou um espaço na entrada da área e bateu com força. A bola pegou altura e acabou passando por cima do gol, mas levando real perigo para Anthony Lopes.


Com os dois times percebendo que havia muita dificuldade na parte criativa, duas alternativas começavam a ser acionadas. Primeiro, essa situação de abrir um espaço e bater em direção ao gol. Mesmo com uma distância considerável. Praticamente rifadas de bola. A outra situação, que começou a ficar bem mais evidente na parte final do primeiro tempo, foram as bolas cruzadas na área, principalmente pelo Rennes, que chegava muito pelo lado direito.

E assim foi a primeira metade: com os dois times tocando muito a bola para o lado e criando poucas ações verticais. Pelo Lyon, Depay era muito acionado, mas sempre bem marcado, não tinha nem quem fazer uma triangulação para tentar algo. No Rennes, a válvula de escape era Doku, que explorava demais sua velocidade e sua finta, mas que também parecia um pouco isolado dos companheiros que deveriam tabelar.


Na volta do intervalo, parecia outro jogo. O Lyon voltou totalmente diferente e bem mais disposto a fazer valer sua vantagem pelo fator técnico e obviamente a sua melhor situação no campeonato. Em menos de dez minutos, colocou duas ou três bolas com perigo na meta do Rennes. Memphis Depay, por exemplo, participou de todas elas. Faltou capricho na tentativa do primeiro gol.

Mas não demorou muito para Rudi Garcia mexer. E foram logo duas trocas antes dos 15’ da etapa final. Tirou Slimani e Bruno Guimarães, que ganhavam chances hoje, para entrar os titulares Kadewere e Aouar. Pouco tempo depois, o Rennes também fez sua primeira alteração, com a joia Camavinga aparecendo no lugar do amarelado Jonas Martin. As mexidas ajudaram a ainda mais a dar volume no jogo.


Perto dos 20’ do segundo tempo, o Lyon conseguiu balançar as redes, mas em impedimento. Jogada boa de Aouar no meio que achou a incursão de Dubois pela direita. O lateral achou Kadewere com um passe rasteiro. Mas o zimbabuano estava à frente e a marcação foi correta. Após o susto, o Rennes veio com mais duas alterações. Colocou em campo Bourigeaud e Tait para as saídas de Grenier e Guirassy, respectivamente.

A mexida surtiu efeito, mas contrário. Se o Lyon havia balançado a rede sem valer no lance anterior, dessa vez, valeu. E foi com jogada errada de Tait. O meia errou na saída de bola e entregou de bandeja para Memphis Depay sair em disparada. Em disputa de bola, ele acabou sofrendo a falta, se levantou e preferiu a assistência para Aouar que aparecia sozinho na área. O meia recebeu e finalizou para o gol: 1 a 0!


Depois do gol, mais um vacilo do Rennes que quase culminou num outro gol do OL. Só não ocorreu graças a uma belíssima defesa de Gomis em chute de Aouar. Em seguida, mais mexidas. O OL usava sua terceira mexida com Cornet no lugar de Memphis Depay e o Rennes queimava todas as suas trocas, com Del Castillo e Hunou nos lugares de Doku e Terrier. Definitivamente, o time visitante iria atrás do empate.

No final, o Rennes até tentou. Realmente chegou com alguma força, mas já naquele modo desespero, com muitos erros de passes, tentativas impossíveis de jogadas individuais e principalmente muita bola alçada na área. Nzonzi já havia se tornado centroavante por causa da estatura. Mas tudo isso foi em vão. O OL correu certos riscos nos minutos finais, mas conseguiu controlar a vantagem até o fim.


O Lyon agora dá uma pausa no Campeonato Francês e volta suas atenções para a única outra competição que disputa na essa temporada: a Copa da França. Em jogo único, no próximo sábado (6), às 14h45, vai enfrentar o Sochaux, time que atualmente está na segunda divisão nacional. É válido pelos 16 avos de final e o OL joga em casa. Até lá!

FOTOS: ol.fr
CAMPINHOS: Canal +


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