Filipe Frossard Papini
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O primeiro tempo foi desastroso e o time do Principado engoliu o OL, que acabou melhorando na 2ª etapa depois das estreias dos novos contratados, mas nem perto do suficiente
Um ponto! Essa era a diferença que separavam Lyon e Monaco da tabela antes da bola rolar na tarde deste sábado, noite na França, pela 23ª rodada do Campeonato Francês. Em campo, dois times que almejam subir mais ainda na tabela e sair da 6ª e 7ª posições, respectivamente. Uma vitória, fosse de qualquer um deles, já facilitaria a missão de começar a incomodar a parte de cima. O OL vem de três vitórias seguidas e não perde desde o começo de dezembro. O ASM goleou o Lens, mas antes havia perdido para o Montpellier, depois de ter goleado o Clermont por 4 a 0. Uma sequência irregular.
Em campo, o técnico Philippe Clément colocou o que havia de melhor dentre o elenco em que tinha a sua disposição. Armou o time num 4-4-2 (com variação para o 4-1-4-1) com uma pegada bastante ofensiva, inclusive pelas características até dos volantes. O treinador não tinha as presenças dos machucados Majecki, Badiashile, Marcelin, Fàbregas, Diatta e Boadu, além de Golovin, que testou positivo para COVID-19. Entretanto, ele tinha a volta do goleiro Nübel e do lateral Sidibé, que iniciava no banco. Veja como ficou:
O Lyon também vinha com problemas de desfalques, mas bem menos do que na partida anterior. Bosz ganhou os retornos de Paquetá e dos dois contratados, Ndombele e Faivre, que começavam no banco. Dembélé, que começou a última partida no banco de reservas, depois de testar negativo para COVID-19 somente uma hora antes do jogo começar, hoje iniciava entre os titulares. Inclusive, era só ele e Paquetá de novidades em relação ao jogo anterior, decidindo, inclusive, manter Emerson Palmiri improvisado na ponta esquerda do ataque. Nas ausências, Da Silva, Denayer, Aouar e Kadewere (lesionados), Reine-Adélaïde (se recuperando de lesão no time B), Toko Ekambi (servido Camarões na CAN) e Shaqiri, que viajou para o Estados Unidos para se transferir para o Chicago Fire. Assim ficou escalado:
Com a bola rolando, o Monaco rapidamente imprimiu uma intensidade que o OL não esperava. Com um minuto, levou perigo e com dois minutos abriu o placar. Tudo começou do lado esquerdo do ataque, com Ben Yedder e Diop fazendo uma tabelinha. O jovem meia conseguiu um passe de calcanhar para o artilheiro da Ligue 1 dar sequência ao lance. Ele fez uma assistência para Jean Lucas chegar com tudo na área, em jogo aéreo e subir mais alto que todo mundo para concluir: 1 a 0!
Depois de sofrer o gol, o Lyon não esboçou nenhuma reação para buscar o empate, muito pelo contrário. Era o Monaco quem continuava pressionando. Ben Yedder e Gélson Martins tiveram uma oportunidade para dobrar o placar ainda aos dez minutos e erraram por falta de cuidado. Poucos minutos, mais duas oportunidades, ambas evitadas por Anthony Lopes, defendendo com os pés. O Lyon estava completamente vendido taticamente.
Quando parecia que o OL iria buscar a reação no jogo, acionando mais Paquetá no centro do campo e explorando menos as laterais, o Monaco aproveitou para dobrar o placar. De novo apareceu a estrela do jovem Diop. Ele conseguiu carregar a bola até quando fosse necessário e no momento certeiro, deu um passe com açúcar para Ben Yedder sair entre a defesa do Lyon, receber a bola com condições e tocar de cavadinha para encobrir Lopes: 2 a 0 com menos de 30’ de jogo!
O Lyon só conseguiu chegar com perigo aos 36’ de bola rolando. E só aconteceu em lance de bola parada. Uma falta cruzada na área que acabou sobrando para Boateng. O zagueiro finalizou bem, mas a bola acabou desviando no defensor do Monaco e quase enganou o goleiro Nübel. A bola acabou saindo por cima do gol. Mesmo não tendo sido um chute ao gol, foi o melhor momento do time de Peter Bosz na 1ª etapa.
Outro chute do OL que levou ligeiro perigo foi uma jogada em que Dembélé fez o pivô e a bola sobrou para Emerson Palmieri na entrada da área. Ele abriu para e esquerda em bom passe para o também lateral esquerdo Henrique aparecer e bater forte. A bola passou pela linha de fundo, à esquerda de Nübel. Dois minutos depois, o Lyon chegou de novo. Dessa vez em jogada de cabeça de Dembélé, que ganhou duas vezes no alto para finalizar. A zaga tirou em cima da linha, sem goleiro já.
O Lyon até tentou no finalzinho da primeira etapa, mas esbarrou em dificuldades próprias. Um time torto que era justificável na terça-feira passada, mas que não tinha a menor necessidade de ser escalado hoje, com quatro laterais dentro de campo. Certamente um erro que custou caro num primeiro tempo onde o Monaco soube explorar todos os erros que o OL cometeu. E poderia ter caixa para mais dois ou três gols, se tivessem caprichado mais.
Para a etapa final, claro que Peter Bosz voltou com três mexidas. Promoveu as estreias de Faivre, Ndombele e colocou o jovem Cherki. Para isso, tirou dois laterais: Gusto e Henrique, além de Thiago Mendes, entrando num 4-3-3 mais clássico. E as trocas surtiram efeito quase que imediato. Era muito óbvio que o time deu um salto de melhora ofensivamente falando, mas não que isso fosse melhor que o Monaco. Mas era ao menos mais equilibrado.
Aos 7’ do 2º tempo, o OL já havia criado sua melhor chance no jogo. Em lance de escanteio, a bola pipocou e caiu nos pés de Lukeba. O zagueiro, sem cacoete ofensivo, chutou em cima da zaga, mesmo estando de cara pro gol. No rebote, Cherki colocou na cabeça de Dembélé, mas ele subiu todo torto e o juiz marcou uma falta de ataque do Lyon. Mas já era outra faceta do que se viu na etapa inicial.
Quando Clément mexeu, colocou Fofana e Vanderson para as saídas de Gélson Martins e Volland. Algum tempo depois, foi a vez do jovem Matazo ir para o lugar do cansado Jean Lucas, que fez uma ótima partida. Em resumo, na segunda etapa, o Monaco só se deu ao trabalho de se organizar para não sofrer gols. Evitou se expor no ataque e vinha dando uma aula de como se proteger depois de construir um placar importante.
De fato, o segundo tempo do OL foi extremamente diferente daquilo que se mostrou no segundo. Conseguia, inclusive, jogar dentro do campo do adversário, apertava, mas não conseguia finalizar. O trabalho defensivo do Monaco, tanto no meio de campo, quanto na defesa, com destaques para o zagueiro Disasi e o volante Tchouaméni, que fizeram uma atuação irretocável, particularmente.
No finzinho, os dois técnicos lançaram mão de jogadores da base. No OL, Bradley Barcola foi pro jogo no lugar de Paquetá. No time do Principado, quem foi pro jogo era o jovem Akliouche, mandando Diop para o banco. Naquela altura, o jogo já não previa nenhum grande plot twist. Basicamente o OL já tinha desistido de buscar qualquer coisa e o Monaco já sabia que o resultado estava no bolso.
No finzinho, ainda deu tempo de Cherki sentir uma pancada e pedir substituição. Peter Bosz colocou em campo o jovem Habib Keïta, que até conseguiu fazer uma finalização, depois de receber um bom passe do outro jovem Barcola. Mas durante todo esse tempo, não houve qualquer chance do Monaco perder a partida ou perder pontos nesse jogo. Um nó tático de Philippe Clément em Peter Bosz.
E dá-lhe pedreira. Os grandes desafios contra bons times não param para o Lyon. O próximo compromisso será contra o excelente time do Nice que briga pela 2ª posição do campeonato, ponto a ponto. O duelo será no Groupama Stadium, às 17h (do horário de Brasília), no próximo dia 12 (sábado que vem). O jogo será válido pela 23ª rodada da Ligue 1. Até lá!
FOTOS: ol.fr | asmonaco.fr
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