terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Mesmo com nove desfalques e jogando com quatro laterais em campo, Lyon vira sobre o OM e vence o clássico

Filipe Frossard Papini
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A entrada de Dembélé no segundo tempo – que sequer estava relacionado para o jogo – mudou todo o cenário da partida juntamente um bom momento de Shaqiri na ocasião




Você deve se lembrar daquele fatídico início de jogo entre Lyon e Marseille que foi interrompido lá no final de novembro. Um membro da torcida organizada do Lyon – que agiu de forma avulsa como vândalo, arremessou uma garrafa que acertou a cabeça do jogador Payet e o jogo acabou sendo interrompido com menos de cinco minutos de relógio ligado. Depois de muito enrolar, a partida acabou suspensa e hoje teria seu reinicio. E com dois times bastantes desfalcados. Eram nove no Lyon e sete no OM. O OL até tentou o adiamento da partida, mas em vão.

Não à toa, o técnico Peter Bosz colocou em campo um time muito estranho. Uma formação onde haviam quatro laterais de origem dentro de campo, cada um fazendo uma função diferente. Depois de vender Bruno Guimarães e rescindir com Slimani, ainda haviam as ausências dos suspensos Damien da Silva e Kadewere. Paquetá e Toko Ekambi serviam suas seleções, enquanto tinha Denayer e Aouar com lesões. Os recém-contratados Ndombele e Faivre não estavam inscritos na 14ª rodada e ficam de fora. Bosz completou o elenco com Lomami, Bonnet e Sounni, três jogadores da base que nunca haviam jogado pelos profissionais. No banco, Dembélé, que seria desfalque, apareceu no último momento depois de testar negativo para Covid. Assim ficou:


Sampaoli também tinha lá seus desfalques, mas eles eram menos decisivos na formação do seu time titular. Ele mandou o time num 4-3-3 que variava para um 4-1-4-1. Kolasinac e Bakambu, também recém chegados, não estavam inscritos lá na 14ª rodada. Dieng e Gueye jogam pela Copa Africana de Nações, enquanto o brasileiro Gérson está com a seleção de Tite. Suspensos, estavam Balerdi e De La Fuente. Sem qualquer lateral esquerdo disponível, o ex-técnico do Atlético-MG e Santos precisou escalar Luan Peres na posição e também precisou recorrer a jogadores da base no banco. Veja como ficou escalado:


Com punição de público, o Groupama Stadium estava longe de parecer aquele estádio lotado que chamava a atenção em novembro. E sem a torcida para empurrar, e entrando em campo com esse time todo zoado, o Lyon não demostrava qualquer possibilidade ofensiva já logo no comecinho do jogo. A válvula de escape era com Gusto na direita, que tentava só imprimir velocidade, longe de ser o suficiente.

Não à toa, e de forma sintomática, o OL sofreu um gol logo no comecinho de jogo. E por karma do destino ou não, surgiu de uma cobrança de escanteio de Payet, justamente na posição em que o jogo foi interrompido naquela ocasião. O craque do Marseille colocou a bola na cabeça de Guendouzi, que subiu sozinho entre Dubois e Thiago Mendes e, no primeiro pau, cabeceou pra trás e surpreendeu Lopes: 1 a 0 com dez minutos de jogo!


O gol sofrido não abalou a estrutura do jogo. O Marseille continuava melhor e administrava o seu jogo com alguma facilidade, enquanto o Lyon não tinha nem mesmo recursos para conseguir criar um padrão de jogo. Faltava criatividade, técnica, velocidade e qualquer outra coisa que você puder imaginar. E o OM quase dobrou o placar antes mesmo dos 20’, quando Guenzouzi apareceu de novo, agora em cruzamento do outro lado, mas bateu por cima.

Com o passar do tempo na primeira etapa, o Marseille também segurou um pouco a onda, quando percebeu que o OL não tinha a menor capacidade de agredir. Sampaoli – que é um mestre em posse de bola – soube dosar a superioridade sem precisar ser ofensivo e ainda assim sem correr qualquer risco de sofrer gol. Inclusive, parecia ser essa a estratégia: marcar um gol cedo e segurar o jogo.


A incapacidade do Lyon em criar alguma coisa ficou bastante evidente bem no finalzinho do primeiro tempo, quando Gusto conseguiu fazer boa jogada e achar Cherki com algum espaço para avançar e finalizar. O jovem atacante do Lyon alcançou a bola, mas demorou demais a tomar qualquer decisão no momento derradeiro. Resultado? Saliba chegou e conseguiu fazer o corte na hora do chute sem dificuldades.

Esse único lance do Lyon dentro da área na primeira etapa foi sintomático para perceber a falta de qualidade que o time escalado no jogo de hoje tinha para encarar um adversário que buscava a vice-liderança da competição, com um time taticamente e tecnicamente bastante superior. Bosz realmente tinha problemas para a montagem do time, mas tinha como escalar titulares com mais coerência. Não precisava entrar com quatro laterais no jogo. 


Para a segunda etapa, o OL voltou pelo menos com uma postura melhor. Mas era nítido que, ainda assim, faltava a parte técnica para conseguir sequer incomodar o goleiro Pau Lopez. Cherki até tentou, em um lapso de atenção, quando recuperou a bola do meio de campo arriscou encobrir o arqueiro marselhês. Mas a bola acabou passando ligeiramente ao lado do gol, mas sem muito perigo.

Aos 18’, Peter Bosz promoveu a primeira alteração da partida, colocando Moussa Dembélé para o lugar de Emerson Palmieri. O lateral ítalo-brasileiro, que hoje praticamente jogou como um atacante aberto pela esquerda, teve uma atuação apagadíssima, chegou a inverter com Henrique, com o ex-vascaíno fazendo a parte ofensiva, mas que também não funcionou. Depois da troca, Cherki foi para a beirada de Dembélé assumiu a posição de centroavante.


Pouquíssimo tempo depois da mexida, o Lyon teve a sua melhor oportunidade no jogo até ali. Luan Peres falhou e Dembélé conseguiu roubar a bola e chegar até a área adversária. Paul Lopéz saiu de forma espetacular, nos pés do centroavante. A bola acabou dando rebote e Caqueret teve uma oportunidade tão boa quanto e, de novo, o goleiro do Marseille evitou o perigo. OL parecia melhor no jogo naquele momento.

E não era somente impressão. O Lyon surpreendentemente conseguiu chegar ao empate aos 31’ do segundo tempo. A jogada foi construída pela única válvula de escape que o time conseguiu construir no jogo: a velocidade de Malo Gusto pela direita. O lateral conseguiu ir ao fundo e cruzou para a área. Lá estava Shaqiri, que vinha fazendo uma péssima exibição, conseguiu completar de cabeça e deixar tudo igual: 1 a 1!


Depois do gol, o Lyon se empolgou e seguiu sendo melhor nesse finalzinho de jogo. Antes de Dembélé tentar uma bicicleta maluca dentro da área do OM e quase acertar em cheio, Peter Bosz já havia lançado mão do jovem Bradley Barcola no lugar de Malo Gusto. Depois, foi Sampaoli quem fez sua segunda mexida, com o centroavante Milik entrando no lugar do turco Ünder, que também não fez uma boa exibição.

Só que no final, nem o mais entusiasmado torcedor do Lyon esperava: o time conseguiu virar a partida no clássico. Shaqiri apareceu de novo para fazer um lindo passe para Dembélé receber de costas, girar pra cima de Saliba e sair de frente com Pau Lopez. Só que ele conseguiu dar uma cavadinha e tirar completamente o goleiro adversário do lance, marcando a virada do OL aos 43’ do 2º tempo, decretando o 2 a 1, para um espanto memorável de Sampaoli magistralmente capturado pela emissora que transmitia o jogo!


O OL já volta em campo no próximo sábado (5), quando deve enfrentar mais um jogo bem difícil em duelo diante do Monaco, no Principado. O jogo será às 17h do horário de Brasília e será válido pela 23ª rodada do Campeonato Francês. Com menos desfalques a expectativa é que o time entre com uma formação um pouco menos improvisada e já com a presença dos novos nomes: Ndombele e Faivre. Até lá!

FOTOS: Getty Images | om.fr | ol.fr
CAMPINHOS: Prime Video


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