domingo, 5 de novembro de 2017

Com gols de todo o quarteto, Lyon goleia o maior rival fora de casa

Filipe Frossard Papini
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Fekir, o nome do jogo, marcou duas vezes e foi responsável por provocar a torcida rival e gerar uma paralisação de 40 minutos




115º clássico da história entre Saint-Étienne e Lyon, o duelo - que historicamente se mostra bastante equilibrado - ganhava mais um capítulo neste domingo. E não só o derby, em si, tinha seu enredo. A atual situação dos dois times também era um atrativo a mais. Enquanto o ASSE começou muito bem a Ligue 1 e começou uma queda recentemente. Por outro lado, o Lyon iniciou o campeonato de forma tumultuada e, aos poucos, o time vem se acertando e começou a dar a volta por cima tanto no Francês quanto na Liga Europa. E, agora, os dois se encontravam para tirar isso a limpo.

Com o Geoffroy-Guichard completamente tomado, o Sainté, apesar de ter o retorno do lateral Pierre-Gabriel, por outro lado, tinha a ausência de três jogadores bastante importantes. O capitão Loïc Perrin, o meia Rémy Cabella e o atacante Loïs Diony eram os grandes desfalques do técnico espanhol Óscar Garcia, que contrariando todas as projeções, não encarou o OL no 3-5-2. Armado no 4-3-3, ele escalou o ASSE com as forças que tinha. O brasileiro Hernani começava no banco. Confira como ficou:




Do outro lado do gramado, apoiado apenas por 800 torcedores na torcida visitante, o Lyon só tinha o desfalque de Clément Grenier - que naturalmente já não vinha mesmo sendo relacionado pelo treinador Bruno Génésio. Portanto, praticamente o OL tinha força máxima para enfrentar o rival no derby. Mariano Díaz, que era dúvida até o dia do jogo, estava pronto e começava jogando. As dúvidas nas laterais também foram sanadas com Tete na direita e o brasileiro Marçal na esquerda. Fazendo dupla de volantes com Tousart, o técnico e jovem Aouar foi o escolhido. Confira:




Com o apito de Clément Turpin, a bola não chegou nem a rolar direito e a partida já foi interrompida. Muitos sinalizadores criaram uma fumaça intensa no gramado do Geoffroy-Guichard e a arbitragem preferiu interromper a partida para a névoa abaixar.  Quase oito minutos depois, a bola rolou e o Saint-Étienne quem imprimiu o primeiro lance de perigo. Pajot achou Hamouma se infiltrando e ele saiu frente a frente com Lopes, que evitou bem.

O lance deu sequência em escanteio para o ASSE, mas foi ali que originou o gol do... Lyon! Hamouma foi para cobrança e, bizarramente, tocou pra trás. Entregou a bola para os homens de frente do Lyon. Memphis Depay saiu em velocidade, entrou na área e, com um contra-ataque incrível acabou marcando aos 10'. 1 a 0! Após o gol, a imagem da TV cortou para a entrada do vestiário e lá estava Hamouma reclamando. Poucos minutos depois, Sörderlund entrou em seu lugar.

Não se sabe, oficialmente, se o atacante do Sainté simplesmente se machucou após a cobrança de escanteio ou, por vergonha, abandonou o clássico. Independentemente do que aconteceu, ele não estava mais no jogo e o momento era do OL, que quase marcou na sequência, em cruzamento de Kenny Tete para área e com Memphis mandando uma meia-bicicleta no ângulo, bem buscado por Ruffier.

E só dava Lyon mesmo. O gol rápido parecia ter abatido os donos da casa, que mesmo muito empurrados pelos torcedores, parecia ter um elenco de qualidade inferior ao OL. Aos 25', Fekir fez o que queria. Recebeu de Traoré na linha do meio de campo e dali foi carregando a bola. Na entrada da área, só sofreu a aproximação de Léo Lacroix que, mesmo assim, não deu o bote e acabou dando espaço para o mesmo Fekir mandar no cantinho. 2 a 0!

Só depois de sofrer o segundo gol que o Saint-Étienne conseguiu se comportar melhor em campo. Conseguiu, inclusive, achar uma brecha no lado direito do seu ataque, em cima da marcação de Marçal e Morel. Ainda assim, não era tão efetivo, já que dependia das jogadas aéreas, em bolas alçadas, buscando sempre o centroavante que entrou após o primeiro gol, Söderlund.

Com o acréscimo extenso, em função da fumaça do começo do jogo, o ASSE parecia desesperado para tentar criar alguma coisa, mas era muito fraco em suas finalizações. Não tinha, realmente, muita qualidade de penetração e tentavam de qualquer forma uma reação. Essa bagunça e falta de qualidade técnica acabou minando, literalmente, todas as pequenas chances criadas pelos donos da casa no primeiro tempo.

Se o primeiro tempo terminou morno, a segunda etapa já veio com tudo. García planejou um 3-5-2, tirando M'Bengué e colocando Florentin Pogba. Mas minutos após a troca, ou seja, com pouco tempo de bola rolando no segundo tempo, o zagueiro suíço-brasileiro Léo Lacroix deu uma tesoura frontal em Fekir, que ainda prendeu o pé do meia do OL no gramado. Expulsão direta. Lyon ficaria com um a mais durante toda a etapa final.

Se o St-Étienne já entrou em campo sofrendo com a falta de qualidade técnica do seu elenco, com um a menos em campo, portanto, essa diferença cresceu bastante. Sabendo aproveitar as brechas do campo desde o início, o OL explorou exatamente isso para chegar ao seu 3º gol no jogo. Aouar achou um passe mágico para Kenny Tete passando em infiltração. Ele recebeu nas costas da marcação, entrou na área e cruzou rasteiro para Mariano Díaz completar. 3 a 0!

O gol de Mariano foi aos 13' da etapa final. Apenas sete minutos depois, aos 20', o OL chegaria novamente a mais um gol. O mesmo Mariano Díaz roubou bola no meio e rapidamente saiu em velocidade, puxando o contra-ataque. Na direita, estava Bertrand Traoré, que recebeu, entrou na área, cortou pro meio e bateu colocadinho, com muita técnica, no canto de Ruffier que até tentou chegar e não conseguiu! 4 a 0!

Após o gol, Óscar García queimou sua última troca Janko entrava no lugar de Pierre-Gabriel. Pouco tempo depois, o time conseguiu finalizar em direção a Anthony Lopes pela primeira vez desde o primeiro lance da partida. E foi em bola parada. Na cobrança de falta, Jonathan Bamba colocou muita curva e veneno na bola, conseguiu tirar da barreira, mas colocou muito no canto, mandando pra fora.

Antes de Mendy e N'Dombélé entrarem no lugar de Marçal e Tousart, o Lyon quase conseguiu fazer o quinto. Foi uma jogada excelente de Mariano Díaz, que recebeu na região central da entrada da área, parou, segurou e esperou Fekir se infiltrar. O capitão do OL entrou sozinho e, quando colocou no cantinho, Ruffier buscou fazendo uma defesa heroica, evitando a extensão do placar.

Ruffier só não conseguiu evitar Fekir novamente. E o quinto gol era questão de (pouco) tempo. Mariano Díaz recebeu no meio, abriu espaço e achou Fekir passando. A zaga tentou cortar, mas o capitão saiu, novamente, frente a frente com Ruffier, que agora não salvou. Após o gol, o camisa 18 provocou a torcida do ASSE, que invadiu o gramado e o jogo foi interrompido novamente, ficando quase 40 minutos parado, para retornar com Ferri no lugar de Fekir e o restante dos minutos protocolares para decretar a vitória do OL.

Depois de uma sequência de grandes jogos importantes, o Lyon agora pode dar uma pisada no freio na próxima rodada - e provavelmente deve até poupar, mesmo tendo uma semana de Data Fifa no caminho. Em casa, enfrenta o Montpellier. Partida válida pela 13ª rodada do Campeonato Francês. O jogo será no próximo dia 19 (domingo), às 14h do horário de verão de Brasília. Até lá!

FOTOS: AFP / Livescore (campinhos) / olweb.fr


OS GOLS DA PARTIDA:

Memphis (0-1):

Fekir (0-2):

Mariano Díaz (0-3):

Traoré (0-4):

Fekir (0-5):

OUTROS LANCES:

PRIMEIRA PARALISAÇÃO (SINALIZADORES):

EXPULSÃO DE LÉO LACROIX:

SEGUNDA PARALISAÇÃO (INVASÃO DA TORCIDA):

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