Filipe Frossard Papini
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O placar de 4-2 refletiu a irregularidade que o time vem tendo no Campeonato Francês e expôs problemas importantes no setor defensivo e ofensivo
Lyon e Rennes entraram em campo nessa 28ª rodada da Ligue 1 que foi marcada por partidas com poucos gols. Em campo, dois times que só queriam a vitória a todo custo, cada um com seis anseios e expectativas. O time do OL queria vencer para sair de vez do meio de tabela e voltar a ficar lá na disputa pelo pódio, podendo ficar inclusive a um ponto do próprio Rennes, que entrou em campo como 4º. Por outro lado, o time visitante tinha ambições maiores. Caso vencesse, o Rennes poderia começar a brigar ponto a ponto pela vice-liderança. E era só nisso que pensavam.
Para esse jogo, o técnico Peter Bosz do Lyon não ousou e nem promoveu quaisquer mudanças em relação ao time que encarou e venceu bem o Porto pela Liga Europa na última quarta-feira. A mesma formação tática e os mesmos elementos. Ainda assim, o técnico holandês não tinha a sua disposição três zagueiros: Denayer se sentiu doente e não foi relacionado. Boateng ainda se recupera de lesão e já vai para o 3º jogo sem ser listado e Diomandé fez uma cirurgia no tornozelo. O meia Cherki fecha a lista se recuperando também de ato cirúrgico. Keïta, sempre relacionado, mas que quase nunca jogava, ficou com o time B dessa vez. Assim ficou o OL:
Do outro lado do campo havia um personagem com uma história marcante no OL. Daqueles que pode confundir sua vida pessoal com a profissional pelo clube. Bruno Génésio, o técnico do Rennes, tem uma carreira como jogador e treinador no Lyon e voltava ao Groupama Stadium pela primeira vez depois de sua saída. E também não ousou. Foi mesmo de 4-4-2 e mudando somente uma peça em relação ao jogo pela Conference League, quando perdeu para o Leicester: Majer no lugar de Doku no meio. Para o jogo, ele tinha desfalques importantes na defesa, como o goleiro reserva Salin, os zagueiros Gélin e Badé, o volante Ugochukwu e o bom atacante Sulemana. Veja a formação inicial do Rennes:
Logo no comecinho do jogo, já se percebia que o Rennes tinha mais disposição ofensiva que o Lyon. Começava já com dois lances de muito perigo em jogadas que foram anuladas pela arbitragem por impedimento. Mas ali já era um sinal do que poderia vir pela frente. Não demorou até pintar o primeiro gol. Um lance que saiu com um chutão do goleiro Gomis. Laborde dominou, segurou e achou Bourigeaud passando. O meia recebeu e tocou na saída de Lopes para abrir o placar aos 11’. 1-0!
Pensou que houve reação a partir disso? Se enganou. Era o Rennes quem continuava na pressão e em menos de dois minutos depois de abrir o placar, conseguiu marcar mais um, para espanto geral dos torcedores que lotavam o Groupama Stadium. Bourigeaud cobrou escanteio na área, a zaga rebateu mal e Santamaría arriscou de primeira. A bola desviou em Paquetá antes de entrar para o gol aos 13’: 2-0!
O Lyon só começou a incomodar com 25’ de jogo. Depois do segundo gol, mudou totalmente sua postura, sendo definitivamente mais ofensivo. Primeiro Dembélé apareceu num passe – em impedimento – de Dembélé. Ele tinha a chance de marcar, mas mandou lá na torcida. Dois minutos depois, ele mesmo recebeu um ótimo passe de Paquetá e bateu de primeira dentro da área. Esse levou muito perigo e seria um golaço. O OL começava a tentar reagir.
OL teria mais duas chances em lances seguintes. O primeiro deles com uma boa “deixadinha” tipo pivô de Toko Ekambi para Ndombele chegar de fora da área e mandar um foguete que também levou perigo. Na sequência, novamente apareceu a presença de Dembélé dentro da área. Dessa vez, quem o achou foi Dubois. O lateral colocou o atacante em boas condições ele ainda tirou o zagueiro da jogada, mas bateu mal e rasteiro, ainda levando perigo.
Tudo levava a crer que o Lyon era quem conseguiria marcar mais um gol nessa primeira etapa, mas o time começou a sentir muita pressão e nervosismo na defesa. Lopes, por exemplo, quase marca um gol contra absurdo ao aparar uma bola pixotada pela defesa em que ele não conseguiu defender e ela saiu quicando em direção ao gol, quase entrando de maneira bisonha. O pesadelo não havia acabado.
Nos acréscimos do 1º tempo, Lopes apareceria negativamente de novo. Thiago Mendes recuou a bola para o goleiro sair jogando com os pés. Mas ele se embolou todo e tentou abrir para Lukeba. Antes a bola encontrar o companheiro de defesa, Laborde e Bourigeaud já estavam ali para não somente interceptar o passe, como também já fazer a assistência para Majer receber em condições perfeitas e ampliar ainda mais o marcador: 3-0!
Na volta do intervalo, depois de passar um tempo inteiro sem dar um chute ao gol, Peter Bosz promoveu duas mudanças. Tirou Thiago Mendes e Leo Dubois para as entradas de Tino Kadewere e Malo Gusto. Foi para um 3-5-2 todo estranho, já que os laterais eram quem faziam a defesa. Rapidinho tomou mais um gol. Foi em jogada individual de Terrier. Ele recebeu na intermediária, carregou até a entrada da área e mandou um foguete no ângulo: 4-0!
O Lyon quase tomou o 5º gol em rápida jogada de Terrier pela esquerda, onde ele carregou até o meio e achou Laborde entrando na área. Nessa, Lopes salvou com os pés. Só dez minutos depois que o Lyon demonstrou alguma reação. E foi em lance de bola parada. Faivre cobrou escanteio e colocou na cabeça de Toko Ekambi no primeiro pau. O camaronês cabeceou no cantinho e Traoré tentou desviar e colocou para dentro: gol contra! 4-1!
Depois de sofrer o gol, Bruno Génésio promoveu suas duas primeiras mudanças, colocando Doku e Tait para as saídas de Terrier e Majer, dois autores de gols. Depois, foi a vez de Meling entrar no lugar de Truffert numa troca praticamente protocolar. Bosz mexeu três vezes também, colocando Aouar, Reine-Adélaïde e Damien da Silva para as saídas de Paquetá, Toko Ekambi e Ndombele.
Aos 35’ do 2º tempo, o Lyon conseguiu marcar mais um gol. De novo em lance de bola parada. Dessa vez, foi uma bola esticada de Damien da Silva lá da zaga, que encontraria Dembélé lá na outra área. Mas o goleiro Alfred Gomis saiu todo esquisito e acabou acertando um soco na cabeça do atacante do Lyon. Pênalti bem marcado pela arbitragem e o mesmo Dembélé foi para a bola para marcar sem problemas: 4-2!
Deu tempo ainda de Génésio colocar Guirassy em campo no lugar de Laborde, mas não o suficiente para mexer em nada no placar. O OL até se esforçou para buscar a bola e tentar ao menos mais um gol para que a derrota não ficasse tão vexaminosa assim, mas a defesa do Rennes parecia mesmo intransponível. Vale lembrar que o gol contra não conta como chute ao gol. E o OL deu somente um, que foi o de pênalti, mesmo marcando dois gols.
A derrota acachapante volta a colocar o Lyon no meio de tabela, no caso literalmente. Estacionou no 10º lugar, mas pode ser ultrapassado pelo Brest, caso vençam o Marseille ainda neste domingo. Mais uma vez o OL se mostra bastante inconstante no Campeonato Francês e deixa oportunidades de ouro escaparem em algo que poderia ser uma arrancada para o topo da tabela.
O OL agora volta todas as suas atenções naquela competição ao qual ele vem surpreendendo: a Liga Europa. Na quinta-feira que vem (17), já tem aquele compromisso de novo diante do Porto, agora em casa. Venceu a primeira em Portugal por 1-0 e precisa defender o resultado frente a torcida. Jogo válido pelas oitavas, às 16h do horário de Brasília. Até lá!
FOTOS: ol.fr | staderennais.com | Ligue1.com
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