sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

Lyon sofre virada e perde para o vice-lanterna da Ligue 1, quebrando sequência importante de resultados positivos

Filipe Frossard Papini
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Um segundo tempo horrível colocou em xeque as decisões do auxiliar Franck Passi, que queimou todas as três mexidas num espaço curtíssimo de tempo sem dar opções para jogadores do banco que poderiam mudar o jogo, inclusive o brasileiro Jeffinho




Auxerre e Lyon abriram a rodada 24 da Ligue 1 no fim da tarde no Brasil, já noite na França. Na tratativa entre os dois clubes, um duelo de opostos nesse momento na situação do Campeonato Francês. O OL, desde que começou a contratar (e vender) na janela de janeiro, conseguiu resgatar a confiança e fez as pazes com as vitórias, já acumulando seis jogos de invencibilidade até antes de entrar em campo, sondando já o pelotão de cima da tabela. O AJA, por outro lado, é o vice-lanterna e não vence há cinco jogos, precisando fazer as pazes com os três pontos de forma urgente.

O time da casa entrava em campo com algumas mudanças em relação ao jogo anterior. Zedadka e Perrin acabaram ganhando vaga no time. Mas a formação tática pouco mudou em relação ao empate diante do Angers, fora de casa. Um 5-3-2 que variava para um 3-4-3 de acordo com o interesse do jogo. O Auxerre não tinha a sua disposição os zagueiros Théo Pellenard e Julian Jeanvier, além do volante Elisha Owusu, todos lesionados. Por outro lado, ganhava o retorno de M’Baye Niang e Siriki Dembélé, que começavam no banco. Assim ficou escalado:


O Lyon, por sua vez, não mudou, apesar de ter mudado. Explico. O time vinha atuando num 4-3-1-2 e vinha dando certo. Contra o Lens, alterou para uma linha de cinco, num 5-3-2, e também funcionou. Parecia ser ocasional em função da alta qualidade do time do Norte, mas não. Frack Passi, hoje substituindo Blanc que contraiu uma pneumonia, mandou o time assim de novo. Nenhuma novidade, exceto no ataque. Lacazette machucado, ele decidiu também sacar Barcola do time e entrou em campo com a dupla Sarr e Dembélé. Além do artilheiro, o OL também não tinha hoje o lateral Gusto e o meia Aouar, também machucados. Jeffinho e El Arouch eram as grandes novidades no banco. Veja a formação inicial:


O jogo começou lento, é verdade. A torcida no Stade de l'Abbé-Deschamps fazia um inferninho, mas era claro como o time já sentia falta de Lacazette, que era o responsável por fazer as coisas acontecerem no ataque, buscando o jogo e finalizando, claro. Isso não acontecia nesse jogo. Sarr ainda está perdido no Lyon e Dembélé já passou da hora no clube, mas tentavam, apesar de ser ineficiente.

A primeira finalização do Lyon só aconteceu com 16’ de jogo, quando o Lyon teve uma falta na região intermediária e Cherki pegou ela no braço e pediu para o time ir pra área. Com uma distância até considerável, o meia conseguiu fazer um bom cruzamento pra área. A bola passou por todo mundo até chegar na cabeça de Sinaly Diomandé, que conseguiu acertar o cabeceio, mas parou nas mãos do goleiro romeno Radu.


Enquanto o Lyon tentava trocar passes pro lado achando que iria encontrar algum caminho, o Auxerre estava ligado, principalmente para tentar engatar algum contra-ataque e ir em busca de um gol – e quem sabe montar seu jogo em cima disso. Foi assim aos 30’, quando Abline recebeu um passe incrível de Massengo e saiu cara a cara com o goleiro do Lyon. O jovem teve a chance de chutar em gol, mas preferiu driblar o goleiro e não conseguiu. Chance incrível!

O OL tentava aos trancos e barrancos tentar abrir a defesa fechadinha do Auxerre. Era difícil, mas o Lyon não fazia por onde. Tentava pelo meio e não conseguia e depois começou a tentar pelo lado, principalmente pela esquerda, com Tagliafico e Caqueret, que acabava caindo por ali. Foi numa jogada pela esquerda que a bola foi parar na direita. Kumbedi bateu lateral para Tolisso alçar na área e Dembélé apareceu entre a zaga e, de cabeça, para abrir o placar: 1 a 0!


Depois de sofrer o gol, o Auxerre não se viu muito com alguma saída a não ser se abrir mais um pouco. A má classificação na tabela justificava a falta de competência do time da casa em não conseguir se virar lá na frente. A bola batia por lá e voltava. Não tinha um jogador com qualidade suficiente para parar a bola e pensar o jogo ofensivo ou mesmo para sair correndo com a bola de cabeça em pé. Era um arremedo.

O primeiro tempo se resumiu a basicamente isso. O Lyon foi muito mal, com pouquíssimas chances criadas e marcou quando teve a oportunidade em sua frente. O Auxerre foi ainda pior, e também não conseguiu marcar quando teve sua chance clara (até mais clara que a do OL). Para quem estava assistindo pela TV, não foi um jogo de brilhar aos olhos, longe disso. Mas para os Gones, o resultado já bastava.


Acontece que o 2º tempo viria. E viria como um furacão! Com cinco minutos de bola rolando, Massengo tentou driblar na entrada da área, estava totalmente cercado, mas Diomandé fez questão de derrubar o meia do Auxerre dentro da área. Claro, pênalti marcado. Gaëtan Perrin pegou a bola e cobrou muito mal. Lopes quase pegou, passou entre as luvas dele. Mas o Auxerre empatava rapidamente: 1 a 1!

Assustado o Lyon, empolgado e empurrado pela torcida, o Auxerre continuava indo pra cima. Lukeba cochilou no lado esquerdo e o time da casa meteu um cruzamento rasteiro onde Diomandé apareceu todo estabanado de novo para fazer um corte que quase virou gol contra. No escanteio seguinte, o AJA colocou na área do Lyon, Nuno da Costa deu uma casquinha na bola, e Jubal apareceu sozinho na segunda trave para completar de cabeça e virar o jogo em oito minutos: 2 a 1!


Aos 21' e 23' do segundo tempo, os dois times mexeram duas vezes cada, mas realizando duas paradas. No Auxerre, entraram Hein e Siriki Dembélé nos lugares de Nuno da Costa e Perrin, autor do primeiro gol do time da casa. No OL, Passi colocava dois volantes. Primeiro entrou Thiago Mendes no lugar de Tolisso e, posteriormente, era Lepenant quem adentrava o gramado para a saída de Diomandé. Lyon saía da linha de 5 na defesa, algo que nunca precisou nesse jogo.

Já quase aos 30’, ou seja, nove minutos apenas depois da 1ª mexida, o Lyon trocou pela terceira vez, realizando sua 3ª parada. Simplesmente inacreditável. Passi abriu mão de Amin Sarr, que fez uma péssima partida de estreia como titular e colocou Bradley Barcola, que nem deveria ter começado no banco. Mas era o Auxerre quem incomodava de novo. Foram os dois que entraram que quase fizeram o estrago. Siriki Dembélé fez uma festa na esquerda, passou como quis e deixou para Hein receber na área e girar num chute que Lopes fez milagre.


No finalzinho do jogo, o Lyon subiu com tudo para o ataque. Poderia ter feito isso bem mais cedo, mas o cronometro jogava contra. Restava apenas aqueles lances descoordenados, na base do abafa, do chutão ou das tentativas individuais. Lukeba até conseguiu acertar uma boa cabeçada depois de um cruzamento de escanteio de Cherki. Mas foi uma defesa sem sustos para o goleiro Radu.

Por fim, ficou aquela sensação de raiva, numa mistura de incredulidade de como o auxiliar Franck Passi mexeu duas vezes em uma janela de três minutos e queimou todas as alterações do time com 30’ do 2º tempo, perdendo duas mexidas que poderiam mudar o jogo, já que tinha o meia El Arouch, o brasileiro Jeffinho e o atacante Lega no banco de reservas e nenhum deles teve a oportunidade de, pelo menos, tentar alterar o cenário dessa derrota inacreditável.


O Lyon agora terá mais de uma semana de folga, uma vez que só entra em campo agora pelo outro sábado (25), em jogo válido também pela Ligue 1, agora pela 25ª rodada. O duelo será às 13h do horário de Brasília. E, de novo, os Gones jogarão fora de casa. O compromisso dessa vez será no Stade Raymond-Kopa, diante do Angers. Até lá!

CAMPINHOS: Prime Video
FOTOS: Getty Images | ol.fr | aja.fr


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