domingo, 3 de fevereiro de 2019

Que venha o Barça! Lyon vence e acaba com a invencibilidade do PSG no Francês

Filipe Frossard Papini
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Demorou 23 rodadas para a banca do Paris Saint-Germain ser derrubada. E foi dentro do Groupama Stadium




Era um teste de fogo. O Campeonato Francês já está nas mãos do PSG desde o começo, mas a Liga dos Campeões, não. Os dois times que duelavam hoje, usavam este jogo para “treinar” o estilo de jogo para enfrentar Barcelona e Manchester United, adversários que serão empecilhos para Lyon e o PSG, respectivamente. O jogo ganhou um aspecto tão sério que até mesmo Ole Gunnar Solskjær, treinador dos Red Devils, estava nas tribunas do Groupama Stadium para entender como o time de Paris iria se comportar neste jogo onde, em tese, enfrentava um adversário de um nível de Champions League.

E para encarar essa pedreira que era o PSG, Bruno Génésio não ficou resguardado no 3-5-2 que vinha usando contra times maiores, por exemplo. Optou mesmo pelo 4-2-3-1, com praticamente nenhuma surpresa nos onze iniciais, inclusive até ousando um pouco mais no meio de campo, onde não colocou nenhum volante de contenção e decidiu ir mesmo com Ndombele e Aouar, que são mais técnicos e com mais saída de bola. O lado direito, que era a maior dúvida até então, ficou mesmo com Dubois. Na frente, era Dembélé quem fazia o centroavante, com Memphis Depay, hoje, caindo pela esquerda. Veja só:




O time visitante não tinha Neymar. Assim como também sentia as ausências de Kurzawa e Verratti. Ainda assim, o elenco que começava jogando era de uma qualidade impressionante. Thomas Tuchel já tinha a disposição a sua única contratação na janela de inverno, o argentino Leandro Paredes – recém chegado do Zenit. Ainda assim, optou por não começar com ele, que não está plenamente pronto em termos de condições físicas. Sendo assim, o técnico alemão mais uma vez usou Marquinhos como volante, jogando ao lado de Julian Draxler. No quadrado ofensivo, sem mistérios: Dani Alves, Di María, Mbappé e Cavani. Uma frente para botar medo em qualquer equipe do planeta. Olhe na imagem abaixo a escalação:




Já com bola em jogo, a supremacia parisiense apareceu rapidinho. Com menos de um minuto de jogo, Marcelo tentou espanar uma bola de cabeça, não conseguiu e deu condições de Mbappé avançar em velocidade, do jeito que ele gosta. A finalização saiu errada e bem fraquinha, facilitando bastante a vida de Anthony Lopes. Se ele tivesse aberto para Cavani do outro lado, o uruguaio sairia sozinho, de frente para o gol.

Na segunda oportunidade, não houve perdão. E foi a partir de outro erro do OL. Aouar tentou sair jogando driblando no meio de campo. Passou pelo primeiro, mas não por Draxler. O alemão não só roubou a bola, como caminhou com ela e conseguiu chegar muito rápido na área do OL. Do outro lado, aparecia Di María. O argentino recebeu em ótimas condições e só teve o trabalho de bater cruzado: 1 a 0!

A primeira boa oportunidade do Lyon só apareceu aos 18’ de bola rolando. O OL não vinha mal no jogo. Tomou o gol por azar e só precisou de um erro para começar atrás no placar. A oportunidade apareceu do lado esquerdo, com Memphis Depay. Ele passou pelos defensores e mandou na área, rasteiro. Por lá, apareceu Traoré, sozinho, para finalizar. O chute foi bom, mas Aréola apareceu com precisão para defender com os pés. Uma ótima intervenção.

O OL teria mais duas oportunidades seguidas para tentar empatar o jogo. A primeira surgiu novamente com Memphis Depay. Desta vez, com um chuveirinho na área. Ele colocou na cabeça de Dembélé, que mesmo vencendo Kimpembe, ainda conseguiu finalizar torto e pra fora. Depois, foi a vez de Fekir tentar. O capitão conseguiu ver uma clareira no meio. Bateu dali mesmo, com força e veneno. A bola saiu pelo lado direito de Aréola com bastante perigo. O goleiro ainda apareceria duas vezes no mesmo lance. Primeiro defendendo chute cruzado de Traoré, depois o rebote de Memphis Depay, operando quase um milagre no Groupama Stadium.

A medida que o jogo iria caminhado para o fim do primeiro tempo, o Lyon ia gostando mais do jogo e Areola crescendo cada vez mais. Ele aparecia com outra defesaça perto dos 30’. Fekir recebeu no segundo pau e bateu com força, cruzado. O goleiro pegou novamente. Acontece que as vezes o futebol é implacável. Assim como bastou um erro para o OL entregar um gol, o mesmo aconteceu com Areola. Em bola cruzada por Dubois, ele perdeu o tempo da jogada e perdeu no ar para Dembélé, que deixou tudo igual aos 33’: 1 a 1, para explosão de euforia no estádio!

No finzinho do primeiro tempo, o PSG tentou chegar de novo. Primeiro, tabelando dentro da área. A bola sobrou para Di María que, finalmente, finalizou. A bola passou por Lopes, mas Denayer tirou de peixinho, em cima da linha. Depois, foi a vez de Cavani dividir com Lopes e caprichosamente saiu pra fora. Do outro lado, o OL também incomodava, mas ainda não era capaz de virar o jogo, apesar de ser bem superior da primeira metade.

Com o segundo tempo chegando, o Lyon mostrou sua superioridade no jogo logo no comecinho. Em uma bola pelo lado esquerdo, Dembélé recebeu em velocidade e saiu na correria junto com Thiago Silva. O brasileiro não deu conta de prosseguir e acabou derrubando o centroavante logo na entrada da área. Pênalti marcado. Fekir foi para a cobrança e não desperdiçou. Deslocou Areola e virou o jogo para o OL: 2 a 1!

Depois de sofrer o segundo gol, o PSG deu uma ligada no jogo. Logo tentou empatar novamente o embate. Primeiro, com Mbappé. Ele recebeu na entrada da área e com um toque apenas, deslocou o defensor. Na finalização, Lopes fez milagre e evitou o gol. Na sequência, em cobrança de escanteio, a bola foi no segundo pau e Lopes apareceu novamente para socar a bola em cima da linha. Salvando de novo do OL no jogo. Mas o PSG, neste momento, queria jogo.

Exatamente por isso, Génésio mexeu. Colocou Lucas Tousart e tirou Houssem Aouar. Agora, sim, o Lyon tinha um volante mais marcador em campo e parecia querer, naquele instante, segurar o resultado. De fato, Génésio estava certo. O PSG começou a impor seu jogo e o Lyon esperava o contra-ataque. Traoré e Memphis Depay, assim como Fekir, ficaram responsáveis por isso, enquanto o resto marcava.

Aos 30’ do segundo tempo, Génésio reoxigenava o setor de contra-golpes. Colocou Cornet para substituir Traoré. Pouco tempo depois, foi Tuchel quem mexeu. E mexeu duas vezes logo de cara. Colocou o estreante Paredes e Choupo-Moting nos lugares de Kimpembe e Cavani. A estratégia era dar mais mobilidade no setor ofensivo, que já empurrava o OL para dentro da área de defesa.

O Lyon se defendia e buscava uma nova válvula de escape em busca de aumentar o marcador. Dembélé teve a oportunidade ao sair cara a cara com Areola. Mais uma vez o goleiro foi bem e evitou aquele que seria o terceiro gol. Já pertinho dos 90’, Tuchel queimou sua última alteração colocando o jovem Diaby em campo. Para isso, tirou o lateral esquerdo Bernat. Praticamente foi pro tudo ou nada.

Claro que nos últimos minutos o time de Tuchel tentou ir com tudo ao ataque. Mas faltou qualidade, perna e tranquilidade ao time de Paris na tentativa de buscar o resultado. O Lyon, por outro lado, mais uma vez quase consolidou tudo com contra-golpes puxados por Cornet, Memphis Depay e até mesmo Dembélé. Se houvesse um pouco mais de calma, poderia abrir até uma margem maior de gols. No final, deu OL e tabu quebrado na Ligue 1.

O OL agora dá uma folguinha de Ligue 1 e volta suas atenções para a Copa da França, em jogo de oitavas de final da competição. O Lyon visita o Guingamp, às 17h55 da próxima quinta-feira (7). É duelo de partida única, portanto, não pode cochilar, já que vale vaga nas quartas de final da competição mais popular do planeta. Até lá!

FOTOS: ol.fr / psg.fr
CAMPINHOS: L'Equipe


OS GOLS DA PARTIDA:

(se o vídeo acima não rodar. CLIQUE AQUI) 


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