domingo, 2 de fevereiro de 2020

Em mais um duelo entre Nice e Lyon, time da Riviera se dá melhor desta vez com dois de Dolberg

Filipe Frossard Papini
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Lyon teve um jogador expulso no começo do jogo e depois o OGCN também perdeu um atleta no final do primeiro tempo. Segunda etapa foi decidida no físico e o time da casa se saiu melhor




Não, você não está tendo um déjà-vu, o Lyon visitou o Nice de novo em uma janela de apenas três dias. Na semana passada, quando venceu bem no finalzinho da partida, o jogo era válido pela Copa da França. Agora, as mesmas equipes fizeram um embate pela Ligue 1. Um jogo que, assim como na quinta-feira, só a vitória interessava para ambos. O OL, sem depender de ninguém, iria para o G4, enquanto o Nice poderia escalar de forma gigantesca a tabela, saindo da 12ª posição e podendo até mesmo alcançar o mesmo Lyon em 6º lugar. A esperança era de um jogo bem apertado, mas com os dois times buscando a mesma coisa.

Diferentemente do jogo de quinta-feira, Patrick Vieira hoje começou com uma formação baseada no 4-3-3 em vez do 4-2-3-1. Na prática, nesse sentido, pouca coisa mudava. De alteração nos 11 iniciais, apenas duas. Primeiro, a entrada de Thuram como titular, uma vez que Cyprien se machucou exatamente no jogo de quinta e ficou inativo para a partida deste domingo. A outra mexida, esta por opção mesmo, foi Lees-Melou começando em campo, com Ganago indo para o banco de reservas. Novidade também no banco, Durmisi, recuperado de lesão e Wagué, contratação vinda do Barça, estavam à disposição. Acompanhando Cyprien nas ausências estava Atal. Veja o time inicial:




O Lyon também trazia mudanças em relação ao último jogo entre as duas equipes, que só aconteceu há três dias. Primeiro, na formação tática. Naquela ocasião, Rudi Garcia entrou testando um 3-4-3 que acabou funcionando. Desta vez, ele optou pelo básico e, assim como Patrick Vieira, foi a campo num 4-3-3. Na mudança de jogadores, tinham algumas importantes. Tete, Andersen, Tousart, Jean Lucas, Traoré e Cherki não começavam desta vez. Em contrapartida, Marcelo, Marçal, Thiago Mendes, Caqueret, e Toko Ekambi foram escolhidos. O OL vinha com desfalques de Lopes, Koné, Dubois, Reine-Adélaïde, Terrier e Memphis Depay para este jogo. Confira como ficou escalado:




O duelo começava com uma situação bem clara e visível dentro de campo: o Lyon dominava as ações. O problema é que o time não conseguia finalizar. Tinha muitas dificuldades para fazer isso tocando a bola. Portanto, as poucas alternativas criadas nos primeiros minutos foram de chutes fora da área, como o de Caqueret logo aos 7’ de bola rolando e depois com Toko Ekambi, aos 21’.

Nesse meio tempo, o Nice não conseguia jogar. Basicamente esperava o erro do Lyon para tentar agredir de alguma forma. Essa situação, inclusive, fez com que o time da casa não criasse qualquer chance de perigo em relação ao gol do Lyon e Tatarusanu não havia trabalhado até os 25’ de jogo. O cenário que se desenhava era de um Lyon com amplo domínio fora de casa.

Até que o plot twist aconteceu. Aos 23’ de jogo, Boudaoui saiu em velocidade pelo lado direito. Saiu em disparada em direção ao gol e foi derrubado por Fernando Marçal. A arbitragem não anotou o pênalti e apontou para uma falta na entrada da área. Ainda assim, o lateral brasileiro acabou sendo expulso com o cartão vermelho direto. O Sr. Benoît Bastien entendeu que o lance era uma chance clara e manifesta de gol – o que não era verdade, diga-se – e mandou o brasileiro para o chuveiro mais cedo.

Obviamente, a partida criou outros contornos a partir deste momento. Rudi Garcia não fez qualquer mexida e apenas deslocou Cornet para a lateral esquerda, mas aquela pressão que o OL fazia, não existia mais por uma simples questão matemática. A torcida do Nice se inflamou depois da expulsão, o time da casa criou algumas ocasiões, mas quando a poeira da adrenalina abaixou, as ações do jogo pareciam que iam se equilibrar novamente.

Só parecia, aos 34’ de jogo, o inevitável aconteceu. O Nice conseguiu abrir o placar depois de um chute de fora da área. A finalização foi de Lees-Melou, mas a bola não entrou direto. Ela tocou em Denayer antes de chegar nas mãos de Tatarsuanu. O contrapé acabou atrapalhando o goleiro, que deu rebote e Dolberg, oportunista que é, apareceu como um raio e colocou pra dentro: 1 a 0.

O jogo se desenhava para o caos. Tudo estava se desenhando para que o Nice tomasse conta da partida. Rudi Garcia, percebendo que havia perdido campo, colocou Tousart no lugar de Caqueret ainda no primeiro tempo. A mudança surtiu efeito, o OL ganhou poder de marcação e ainda buscou o empate aos 45’, quando Aouar fez uma brilhante jogada individual pela esquerda, passou por três e finalizou sem ângulo. Benítez até defendeu na primeira, mas Toko Ekambi apareceu para completar e decretar o empate: 1 a 1!

Sim. Mesmo com um a menos o Lyon foi buscar a igualdade em um jogo muito confuso e cheio de reviravoltas. Mas não pense que ficou assim. Ainda no primeiro tempo, em um lance comum de falta, Marcelo derrubou Claude-Maurice e quando o jogador ainda estava caído, o puxou pela camisa, querendo reerguer o atleta. Principio de confusão e amarelo para ambos. Mas o time do Nice seguia inconformado. Ounas, principalmente. Ele então também recebeu um amarelo, mas já tinha um e acabou sendo expulso em um lance totalmente intempestivo.

O intervalo acalmou os ânimos e o jogo voltava com uma carga menor de tensão. Agora, sim, a partida se consolidava em termos de equilíbrio, uma vez que os dois times voltavam a ter a mesma quantidade de atletas em campo, depois da expulsão de Ounas. O Nice quase abriu o placar com 10’ do segundo tempo em ótima jogada de Claude-Maurice, mas o OL queria jogo e queria pressionar como fazia no começo da partida.

Rudi Garcia mexeu pela segunda vez aos 14’ da etapa final, com Tete no lugar do amarelado Rafael. Mas a resposta em campo veio do outro lado. Os rubro-negros conseguiram ficar na frente do placar novamente e de novo com Dolberg. O centroavante recebeu um bom passe de Boudaoui, em bola cruzada, e apareceu se antecipando a zaga para colocar para as redes, sem chance de defesa para Tatarusanu: 2 a 1 aos 18’ do segundo tempo.

Depois do gol, o jovem time do Nice se acalmou em campo. Vieira fazia sua primeira troca aos 25’, colocando Malang Sarr no lugar de Thuram, enquanto Rudi Garcia queimava sua última mexida com Toko Ekambi dando lugar a Traoré. Minutos depois, era a vez de estreia no Nice. O lateral Wagué, vindo do Barcelona, entrava em campo. Hérelle foi o escolhido para sair. O time da casa se segurava – de maneira até tranquila, para manter o placar.

Já faltando algo próximo dos dez minutos para o fim do jogo, o Lyon começava a pressionar na base do abafa. O time não parecia nervoso, ao contrário de algumas situações similares que passou em relação a jogos anteriores. Parecia determinado a buscar o empate e jogando com consciência, o gol parecia próximo a cada lance. Mas ao mesmo tempo, o cronometro jogava contra e o empate parecia não querer aparecer de maneira alguma.

No finzinho, antes mesmo de Ganago entrar no lugar de Dolberg na última mexida, o Nice ainda colocou uma bola na trave com Claude-Maurice. O Lyon tentava, mas o máximo que conseguiu foi uma cabeçada de Marcelo em cobrança de escanteio. A bola passou perto, mas não o suficiente para entrar e empatar o duelo. Mesmo insistindo até o último minuto, não dava mais tempo. O aguerrido Nice conseguiu a vitória suada.

O próximo compromisso do Lyon já é no meio da semana. Vai enfrentar o Amiens, no Groupama Stadium, às 15h do horário de Brasília. A partida é válida novamente pela Ligue 1, 23ª rodada da competição. O jogo entre as duas equipes, no primeiro turno, ficou 2 a 2 no Stade de La Licorne. Até lá!

FOTOS:  ogcnice.com | Reprodução/Twitter - @ogcnice | ol.fr
CAMPINHOS: L'Equipe


OS GOLS DA PARTIDA:

(se o vídeo acima não rodar. CLIQUE AQUI)

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