sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Em mais uma atuação apagadíssima, Lyon não sai do zero em casa, diante do Nîmes

Filipe Frossard Papini
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O jogo marcou a estreia dos jovens Rayan Cherki e Malvin Bard começando na formação inicial do time, como titular. Diomandé, que entrou no segundo tempo, também debutou




A saga do Lyon continuava nessa sexta-feira. Mais uma vez, pela terceira semana consecutiva, o clube era o responsável por abrir a rodada do Campeonato Francês, sendo o protagonista da partida de sexta-feira. Carregando consigo outros três jogos na bagagem, venceu a primeira, empatou a segunda e perdeu a terceira. Diante do Nîmes, tinha a oportunidade de reencontrar as vitórias e fazer um agrado ao limitado público de no máximo cinco mil pessoas que estavam presentes no Groupama Stadium.

Para isso, o técnico Rudi Garcia mudou tudo. Abdicou daquele 3-5-2 que vinha utilizando desde a reta final da Liga dos Campeões e preparou um time mais apropriado ao elenco que tinha em mãos, principalmente com as ausências de Aouar e Reine-Adélaïde. O time voltava ao 4-4-2. Andersen acabou ficando de fora do miolo de zaga. Na esquerda, Melvin Bard começava jogando. Outro que jogava era o também jovem Cherki. Na frente, Dembélé também voltava aos titulares. Veja a formação:




Já o Nîmes tinha uma missão um pouco mais modesta. O time já entrava em campo sabendo da sua inferioridade técnica, mas ao mesmo tempo se portava como franco atirador. Sair de Lyon com ao menos um pontinho já poderia ser considerado um feito e tanto. Ainda mais pelo fato do técnico Arpinon ter muito desfalques importantes para o confronto, como o lateral Meling, o zagueiro Martinez, o volante Deaux, o meia Philippoteaux e o centroavante Koné. Isso forçou, inclusive uma possível estreia do atacante Marco Majounga, que começava no banco. Assim ficou escalado os Crocodilos:




Após o apito inicial do árbitro Amaury Delerue, o jogo provava que poderia ter potencial de ser intenso. Boas chances criadas de lado a lado. Cornet e Dembélé criando boas finalizações para o OL e Fomba e Ripart fazendo o mesmo pelos times visitantes. Inclusive, o chute de Ripart chegou a tocar o travessão ainda antes dos primeiros dez minutos de bola rolando. Lopes já estava batido no lance, que não entrou por capricho.

Passado o momento de euforia, o jogo diminuiu o ritmo e acabou pisando um pouco no freio. O Lyon, no comecinho, parecia muito exposto com essa formação tática que tinha um zagueiro a menos do time que vinha jogando no habitual. Demorou um pouco para conseguir encaixar e achar um modelo de jogo, principalmente sem a bola, que não o fizesse sofrer tanto. Enquanto isso, Cherki era uma lufada de talento e resolvia praticamente tudo na parte ofensiva.


Mesmo com o talento latente de Cherki, uma coisa que parecia latente antes do jogo iniciar, parecia cada vez mais clara: o Lyon sente bastante a falta de Houssem Aouar no meio de campo. A ligação técnica do meio de campo com o ataque praticamente some quando ele não está presente. A suspensão do atleta, expulso na última terça-feira, desequilibrava muito a qualidade no meio de campo do Lyon e não permitia uma ofensividade mais criativa do clube.

Esse papel criativo, inclusive, poderia ser feito pelo Bruno Guimarães, mas Rudi Garcia insiste em utilizar o brasileiro jogando fora da sua posição de origem, um pouco mais recuado, como se fosse o clássico camisa cinco, sendo que ele precisa ser o “camisa 8”, com liberdade de criação, pra carregar a bola e para avançar. E esse papel acabava ficando mais com Caqueret do que com ele, o que acaba sendo um desperdício.


Já perto do fim da primeira etapa, os dois times conseguiram chances quase um dois do outro. Primeiro, o Lyon conseguiu uma oportunidade depois de um escanteio. No rebote, a bola caiu nos pés de Memphis Depay, que descolou um passe para Bruno Guimarães. O brasileiro viu o clarão e resolveu bater da entrada da área. O chute acabou sendo desviado no meio do caminho e tomou a linha de fundo como destino.

A resposta acabou aparecendo de forma imediata, quase que no lance seguinte. O Nîmes arrancou um contra-ataque pelo lado direito do seu ataque e foi avançando com Zinedine Ferhat, que chegou também até a entrada da área. Quando viu que estava sozinho, decidiu bater dali mesmo. Foi definitivamente a melhor opção. A bola tinha o ângulo esquerdo de Lopes como destino, mas o goleiro dos Gones conseguiu salvar com a ponta dos dedos.


Para a volta do intervalo, os dois times apareceram com mexidas. O Nîmes trocou Duljevic por Roux. Um atacante por outro. No OL, a mexida também foi parecida. Cornet, que hoje atuou como ponta mais aberto, dava lugar a Toko Ekambi. Pouco tempo depois, outras trocas nas equipes. Pelo Lyon, Diomandé estreava improvisado, jogando na direita, no lugar de Dubois. No time visitante, Sarr deixava o campo para dar lugar a Ahlinvi.

O jogo morno não se sustentava. O Lyon tinha enormes dificuldades para finalizar. Não tinha paciência alguma para trabalhar a bola e, consequentemente, não criava oportunidades. A falta de pressa em Sarr ao deixar o campo na hora da substituição também mostrava que o Nîmes estava plenamente satisfeito com o 0 a 0 e também já nem causava perigos no ataque. Claro, jogando por uma bola e esperando o contra-ataque.


Rudi Garcia mexia de novo aos 17’ do segundo tempo. Era a terceira troca na partida. Colocava Jean Lucas no lugar de Caqueret. Mas obviamente não seria o suficiente para fazer o que precisava ser feito. Memphis Depay muito apagado, bem como Cherki – no segundo tempo, deixavam a sensação para o torcedor de que o gol teria muitas dificuldades em aparecer. Não parecia ser um dia com pacto com as redes.

Já perto do fim, começou aquele tradicional “futebol na base do abafa”. O time praticamente todo depois do meio de campo. O Nîmes todo recuado dentro da sua área assistindo o OL rodear a bola de lá pra cá para tentar criar ou furar algum espaço na defesa. Muitos cruzamentos e chuveirinhos na área para ninguém conseguir aproveitar. Era um festival de bolas sem rumo e desperdícios de jogadas.


Aos 41’ do segundo tempo, Rudi Garcia fez sua última mexida, colocando mais um atacante. Kadewere substituía Cherki. Se a pressão era grande, mas não tinha muita agressividade, agora o OL perdia seu último respiro técnico. Ainda assim, o OL quase conseguiu fazer o gol de honra aos 44’, quando o próprio Kadewere apareceu livre na área e cabeceou um bom cruzamento que Memphis Depay conseguiu de escanteio. Reynet defendeu e salvou o Nîmes.

O árbitro Delerue chegou a colocar cinco minutos de acréscimos – até pouco se for levar em conta o tanto de cera que jogadores do Nîmes fizeram durante toda a segunda etapa. Mas nem mesmo se ele desse 20 minutos iria mudar o cenário do jogo. O OL parecia um time “morto-vivo” em campo e sem qualquer poder de fogo para alterar o placar, que permaneceu em branco até o fim.


Finalmente agora o Lyon se abdica desses jogos na sexta-feira e parte para um novo dia na próxima rodada. Vai enfrentar o Lorient, fora de casa, no dia 27 de setembro, ao meio dia. A partida será válida pela 5ª rodada do Campeonato Francês. E até lá, o OL vai ter uma semana e alguns dias para corrigir erros mostrados no duelo de hoje. Horário marcado então? Até lá!

FOTOS: France Football | ol.fr | Getty Images
CAMPINHOS: DAZN Alemanha


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