domingo, 27 de setembro de 2020

Em visita ao Lorient, Lyon empata de novo e já soma quatro jogos seguidos sem vencer

Filipe Frossard Papini
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Time esbarra nos mesmos problemas de não saber jogar com a bola: pressiona muito e não finaliza. Merlus saíram na frente com Wissa, mas Dubois deixou tudo igual em seguida




Depois de mais de uma semana sem entrar em campo, o Lyon voltava aos gramados na tarde deste domingo. Visitava o Lorient no Stade du Moustoir, que especialmente hoje tinha capacidade máxima de 3 mil espectadores, em função da restrição do COVID-19. A missão do OL não era das mais fáceis, apesar de duelar contra uma equipe que, em tese, era inferir tecnicamente. O time precisava vencer para afastar a sina de entrar em campo tendo já três jogos seguidos sem vencer na Ligue 1 e já amargando posições do meio de tabela. O Lorient, por sua vez, já começa sua briga contra o rebaixamento e também visava somar pontos em casa.

Em campo, o time comandado pelo técnico Christophe Pelissier, tinha uma formação híbrida bem definida nos movimentos com ou sem a bola. Sem a bola, o time se comportava num 5-4-1 bem fechadinho. Com a bola, o time já tinha um pouco mais de ousadia, liberando mais os jogadores Laporte e Abergel. O técnico dos Merlus ainda não pode contar com a recém contratação Gravillon, que chega de empréstimo da Inter de Milão. Além dele, não jogavam hoje Saunier, Chalobah, Boisgard e Laurienté. Mas dentre os titulares, dois ex-Lyon: Fontaine e Morel. Veja como ficou o time titular:




Pelo lado do Lyon, após sofrer uma debandada enorme de jogadores, o elenco ficou bastante reduzido para Rudi Garcia trabalhar. E o técnico ainda tenta achar o time inicial e a formação mais indicada para conseguir definir um padrão. Hoje, especialmente ele ainda não teria Caqueret, Reine-Adélaïde e Toko Ekambi, machucados. Por isso, resolveu mandar o time num curioso 3-4-3, com os jovens Diomandé e Cherki começando como titulares, além de Jean Lucas, que quase não tem oportunidades para começar jogando. O técnico, inclusive, escalou Aouar, que fez seu jogo 100 com a camisa do Lyon, mas deixou Memphis Depay no banco. Veja:




Logo quando a bola começou a rolar, já dava para entender quais eram as propostas de cada um dos dois times. Enquanto o Lyon propunha o jogo e atacava o campo de defesa do Lorient. O time da casa claramente não queria a bola e isso permitia acontecer aquela velha sina que atormente o time dos Gones: ter a bola e não saber o que fazer com ela. Criar pouco. Rodear a área adversária, mas não conseguir finalizar.

Durante boa parte do começo do jogo, o OL conseguiu apenas uma finalização. E ela surgiu de bola parada. Em falta no bico da grande área, Cherki parecia que ia cobrar de pé direito, mas Cornet apareceu rapidamente e efetuou o chute, quase pegando o goleiro Nardi de surpresa. Bem posicionado, o ex-arqueiro da Seleção Francesa sub-21 conseguiu defender sem demais perigos.


Tendo dificuldades para chegar pelo meio, o Lyon começava a explorar muito o lado esquerdo do campo, principalmente acionado Cornet. O problema dessa situação é que tinha que começar a fazer a saída de bola com o jovem zagueiro Diomandé, que as vezes tinha dificuldades técnicas nesse fundamento, e quase se complicava em momentos derradeiros. E em meio ao momento em que o OL tentava se organizar em campo, o Lorient perdia seu atacante Grbic com dores, dando lugar a Hamel. Era a primeira mexida, ainda no começo do jogo.

Aos 26’ de jogo, o Lorient conseguiu chegar pela primeira vez. Wissa prendeu a bola na altura da intermediária e esperou alguém se mexer. Le Goff passou por trás da defesa dos Gones e conseguiu sair sozinho diante de Lopes, em passe em profundidade. A posição de impedimento já havia sido marcada, mas ainda assim, o goleiro do Lyon fez uma saída de bola impressionante, com os pés.


A resposta do Lyon veio da forma mais improvável de todas, dois minutos depois. O zagueiro Diomandé apareceu como um líbero e conseguiu uma finalização de fora da área. Fraquinha? Sim. Mas a bola foi saindo das mãos do goleiro e quase surpreendeu Nardi. Nesse momento, tudo que parecia era que o Lyon só precisava de um pouco mais de calma para conseguir chegar com mais detalhismo a meta adversária. Mas calma com a bola aos pés não existia.

Já no finzinho da primeira etapa, quando o Lyon ainda tentava achar espaços para finalizar, o Lorient conseguiu uma bola na esquerda e quase abriu o placar. Hamel achou Le Goff passando como um foguete pela esquerda. Pensando de forma muito rápida, o lateral viu que não tinha ninguém na área e resolveu bater cruzado. Boa defesa de Lopes! E ainda antes do intervalo, os Merlus perdiam Le Fée – mais um jogador por lesão. Mas o técnico preferiu ir pro vestiário sem mexidas.


No retorno para a etapa final, Pélissier mexeu, colocando Monconduit no lugar do machucado Le Fée. Enquanto Rudi Garcia vinha com Memphis Depay para tirar Diomandé e inclusive mexer na formação tática, voltando para o 4-2-3-1. Mas era o Lorient quem se portava melhor no retorno, com Le Goff muito melhor que Dubois nas ações pela lateral e criando oportunidades reais para o time da casa.

Aos 18’ do segundo tempo, o Lorient conseguiu abrir o placar em um lance bem polêmico. Wissa, do meio de campo, achou Hamel entre os zagueiros do Lyon. Todo mundo pediu impedimento e o lance seguiu. Hamel prendeu e esperou o mesmo Wissa passar como uma flecha. O atacante passou como quis por Denayer e mandou um foguete, que bateu na trave antes de entrar. A arbitragem anulou o gol de imediato. Mas o VAR acabou confirmando em seguida: 1 a 0!


Se antes o Lyon já tinha pressa com a bola antes, depois do gol ficou bem mais evidente. Mas, por sorte, numa dessas jogadas de pressas – envolvidas em lances individuais – o gol de empate acabou saindo. Dubois recebeu na direita e resolveu carregar a bola pro meio. Passou por um defensor e viu o espaço aberto para chutar. Resolveu arriscar de canhota e acabou marcando um belíssimo gol: 1 a 1!

Logo após o gol, três mexidas. No Lyon, entravam Thiago Mendes e Kadewere para as saídas de Jean Lucas e Cherki. O Lorient também vinha com mexida, com Delaplace substituindo o capitão Lemoine. Em resumo, depois das trocas, os Gones tinham um pouco mais de dez minutos para conseguir tentar virar o jogo. De forma um pouco desorganizada, o time tentava, principalmente acionando agora o lado direito do ataque.


Já caminhando para o fim, antes de ser substituído por Melvin Bard, Cornet ainda conseguiu um lance de perigo, onde a bola tocou no travessão em tentativa de corte de cruzamento. E se antes o Lorient tinha um 5-4-1 sem a bola, agora era um 10-0-0. Praticamente todo mundo defendia com o intuito dos Merlus não tomarem a virada. Por mais que jogassem em casa, o placar de 1 a 1 diante do Lyon era dos mais interessantes para um time recém promovido.

No finzinho, Pélissier ainda fez uma mexida para recuar ainda mais, tirando Hamel – que já havia entrado no primeiro tempo – para colocar Wadja, um volante. Mas nem mesmo os cinco minutos de acréscimos colocados pelo árbitro Clément Turpin foram suficientes para o Lyon conseguir a virada, muito pelo contrário. Foi o próprio Lorient quem quase fez no finalzinho em contra-ataques bem rápidos, que pegaram a defesa dos Gones desprevenida.


Agora o Lyon vai concentrar todas as suas forças e seus esforços para se preparar para um dos maiores clássicos do futebol francês: o Choc des Olympiques, ou simplesmente Olympico. É o duelo contra o Olympique de Marseille. O duelo está marcado para o domingo que vem (4), na partida que encerra a rodada do final de semana, às 16h do horário de Brasília. Não existe margem para erro! Até lá.

FOTOS: ol.fr
CAMPINHOS: Canal +


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